A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta quarta-feira que a evolução da pandemia da covid-19 ainda é uma incerteza, alegando que o coronavírus SARS-CoV-2 continua a evoluir sem demonstrar um “padrão previsível”.

“Por um lado, estamos agora numa situação muito melhor, mas, por outro, não podemos prever com certeza absoluta como esta pandemia vai evoluir, com a exceção de que este vírus está para ficar”, adiantou responsável técnica da OMS para a pandemia em conferência de imprensa.

Segundo Maria Van Kerkhove, a nível global verifica-se uma elevada circulação do coronavírus SARS-CoV-2, apesar de o impacto ser menor do que nos primeiros anos da pandemia ao nível dos internamentos, dos cuidados intensivos e dos óbitos.

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Apesar dessa redução do impacto, a “ameaça não acabou”, alertou a especialista da OMS, ao salientar que ainda se regista entre 5 mil e 10 mil mortos por semana no mundo, a grande maioria pessoas mais idosas não vacinadas ou com a vacinação incompleta.

“Uma das grandes incertezas que enfrentamos é o vírus em si mesmo, que não estabilizou num padrão previsível e continua a evoluir“, referiu Maria Van Kerkhove, ao recordar que a Ómicron é a variante de preocupação que continua predominante a nível global, com mais de 600 sublinhagens em circulação.

A responsável técnica da organização para a pandemia reconheceu também que se vai “continuar a ver ondas de infeções”, mas salientou que os picos não deverão ser tão elevados com os anteriores, devido ao nível de imunização da população mundial.

“Uma das coisas com que estamos muito preocupados é o potencial do vírus para mudar e ficar, não apenas mais transmissível, mas mais severo“, referiu a epidemiologista, adiantando que a OMS está a monitorizar a variante XBB.1.1.6, que tem uma mutação adicional na proteína “spike” que, segundo estudos laboratoriais, poderá aumentar a infectividade.

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Segundo adiantou, a XBB.1.1.6 está em circulação há alguns meses e a maioria das sequências analisadas é proveniente da Índia.

A Covid-19 é considerada uma emergência de saúde pública internacional desde 30 de janeiro de 2020 e uma pandemia desde 11 de março do mesmo ano.

No final de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter o nível máximo de alerta, depois de uma reunião do seu comité de emergência, que reconheceu, porém, que a pandemia pode estar a aproximar-se de um ponto de viragem.