Um esquema que o Ministério Público acredita que foi levado a cabo entre 2009 e 2015 por dirigentes e funcionários da Obra Diocesana do Porto terá lesado a Segurança Social em mais de 3,3 milhões de euros. O Jornal de Notícias revela que estes responsáveis (que já não são dirigentes na estrutura) estão a ser acusados de vários crimes, nomeadamente a falsificação do número de utentes e o uso do nome de pessoas mortas.

O intuito era inflacionar o número de pessoas que estavam ao cuidado da Obra Diocesana do Porto e, através disso, aumentar o financiamento que chegava da Segurança Social. Para que tal acontecesse, os dirigentes montaram um esquema em que duplicavam utentes, “emprestavam” pessoas entre os vários centros sociais que eram geridos pela instituição, criavam beneficiários que não existiam e chegavam mesmo a usar o nome de pessoas que já tinham morrido — e ainda usavam a palavra “ovnis” para se referir a utentes que não estavam na instituição.

A acusação refere, segundo o JN, que Américo Ribeiro, na altura presidente da instituição particular de solidariedade social (IPSS), terá sido o responsável pela arquitetura do esquema, que contava com a participação de um tesoureiro, de dois vogais, de uma diretora de serviço e de dois funcionários.

As falsificações terão valido mais de 3,3 milhões de euros à Obra Diocesana do Porto, sendo que já foram devolvidos ou regularizados cerca de 631 mil euros. O Ministério Público pretende que os arguidos sejam condenados a pagar o restante valor ao Estado: 2,7 milhões de euros.

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