Dois anos e meio depois do prazo, o plano de investimentos Ferrovia 2020, uma das grandes bandeiras políticas do ex-ministro Pedro Nuno Santos, com o valor total de 2 mil milhões de euros, ainda está longe de concluído. Segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Público, ainda só 18% desse valor diz respeito a obras que já estão terminadas, enquanto 60% do valor (1,2 mil milhões de euros) diz respeito a obras ainda em curso e 22% (ou seja, 450 milhões de euros) prende-se com projetos que ainda nem sequer começaram.

O facto de o plano de investimentos da década passada ter derrapado na quase totalidade já está a causar grandes atrasos no novo plano, o PNI 2030. Segundo o Público, a maioria dos projetos incluídos no PNI 2030 não ficarão concluídos até ao final da década, como aprazado. Aliás, só um dos 15 projetos ferroviários do plano para esta década já está em execução (a modernização da linha do Vouga), embora haja seis projetos que deveriam estar concluídos em 2025.

De acordo com o Público, desses seis só mesmo a modernização da linha do Vouga, um investimento de 100 milhões de euros, poderá mesmo ficar pronta dentro do prazo. Outros projetos, incluindo intervenções na linha do Oeste, linha do Sul, linha do Douro, linha do Alentejo e ramal de Alfarelos, também previstas até 2025, contam já com atrasos entre os dois e os sete anos.

O mesmo jornal diz que a Infraestruturas de Portugal (IP) tem justificado os atrasos com a interrupção das cadeias logísticas que resultou da pandemia, da guerra na Ucrânia e da inflação — mas também a grande demora do Ministério das Finanças em autorizar as despesas que permitem avançar com os concursos públicos

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