Benjamin Ferencz, que era o último procurador vivo dos julgamentos de Nuremberga — que levaram à justiça altas patentes da Alemanha nazi após a II Guerra Mundial — morreu na sexta-feira, aos 103 anos, segundo noticiou a NBC News. O advogado norte-americano, que tinha apenas 27 anos, contribuiu para a condenação de 22 altas patentes do exército de Adolf Hitler.

Em outubro de 2020, quando tinha 100 anos, Benjamin Ferencz deu uma entrevista ao Observador onde contou que quando fez “as declarações iniciais no maior julgamento de homicídio na História da Humanidade, disse especificamente: ‘A vingança não é o nosso objetivo. O que procuramos aqui é justiça’

[Recorde aqui a entrevista de Benjamin Ferencz ao Observador há pouco mais de dois anos:]

Entrevista. Ben Ferencz tem 100 anos e é o último procurador dos julgamentos de Nuremberga

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Os contributos de Ferencz na justiça internacional não se ficaram por Nuremberga, já que, como lembra a NBC News, mais tarde seria fundamental para que as vítimas do Holocausto fossem ressarcidas pelos anos de sofrimento e também pela criação do Tribunal de Haia.

Formado em Harvard, toda a sua vida Ferencz foi um incansável defensor dos Direitos Humanos. Em novembro deu uma entrevista (aquela que acabaria por ser a sua última) à NBC News e disse: “Espero ter feito algo de bom ao longo da minha vida”.

Ferencz tinha completado os 103 anos no último mês de março e na sua página oficial do Twitter foi publicada uma fotografia em que segurava um papel que dizia: “Do something you love” (em português: “Faça algo que ame”).

O Museu do Holocausto dos EUA, sediado em Washington, publicou um tweet a dar conta que “hoje o mundo perdeu um líder na procura de justiça para as vítimas de genocídio”. Lembrou os vereditos que conseguiu que fossem realizados contra nazis, mesmo não tendo qualquer experiência anterior em tribunal.

De acordo com o The New York Times, Ferencz morreu numa casa de repouso em Boynton Beach, Flórida.