A Renault já monta nos seus modelos mais recentes, do Megane E-Tech eléctrico ao Austral híbrido, um dos softwares mais modernos e funcionais do mercado. Referimo-nos ao sistema desenvolvido pela Google, que o construtor francês adquire e que lhe permite ter acesso a trunfos como os Google Maps, Assistant e Play. Mas a Renault quer ir ainda mais longe, admitindo o potencial de um bom software, que é simultaneamente um elemento distintivo tão importante quanto a autonomia ou a rapidez de carregamento da bateria na capacidade de atrair novos clientes.

Numa recente apresentação em França, a Renault admitiu que o seu ramo de negócio Ampere EV, que reúne a concepção, produção e a venda de veículos 100% eléctricos, vai passar a utilizar um novo software, que será desenvolvido com a Google e a Qualcomm, com a esta última a ser um reputado fabricante de chips e de sofware. Os objectivos serão certamente vários, pois o investimento da marca francesa neste projecto permitir-lhe-á reduzir o custo do software por veículo vendido. Mas o ganho mais importante é outro, uma vez que, para operar o novo software, o sistema necessita de apenas 20 processadores, em vez dos 100 que a Renault actualmente utiliza.

O responsável digital da Renault, Frédéric Vincent, prevê que “este sistema similar ao da Tesla” lhes irá dar a oportunidade de, “a partir de 2026, ter o mesmo tipo de abordagem para os veículos eléctricos”. Paralelamente, o facto de passar a possuir menos processadores para controlar o veículo, vai permitir à Renault abranger um maior número de funções com as suas actualizações over-the-air, ao contrário do que acontece até hoje. De recordar que a Tesla desenvolve o seu próprio software e inclusivamente desenha os chips de que necessita, que depois entrega a fornecedores para produção sob licença.

O responsável técnico da Renault, Gilles Le Borgne, segundo a Reuters, confirma que a Renault pretende igualar a Tesla em 2026, no que respeita à arquitectura de software. Isto deverá assegurar uma economia de 1,5 mil milhões de euros exclusivamente na investigação e desenvolvimento durante a próxima década.

Na mesma ocasião, Luca de Meo referiu-se ainda aos cortes de preços da Tesla, admitindo que “serão um desafio importante no curto prazo”, para depois garantir que a Renault “não abraçará esta guerra de preços”. E justificou: “Não vamos repetir o que fizemos no passado, pois pretendemos vender os nossos carros e não oferecê-los.”

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