Foi detido na Sérvia um suspeito relacionado com o segundo tiroteio que ocorreu esta semana na Sérvia, segundo a imprensa local citada pela BBC. Neste segundo incidente, oito pessoas morreram e pelo menos 14 ficaram feridas – o relato feito pela imprensa é que o suspeito terá disparado uma arma automática a bordo de um veículo em movimento.
O incidente ocorreu perto de Dubona, uma aldeia 60 quilómetros a sul de Belgrado. O suspeito estava em fuga, segundo acrescenta a imprensa, notando que ao início desta manhã de sexta-feira forças policiais especiais intervieram em Dubona e, também, em Mladenovac. As forças policiais cercaram a região de Dubona, fazendo parar carros que foram investigados à procura do suspeito, numa operação onde participaram helicópteros e drones e estiveram envolvidos mais de 600 agentes.
O Ministério do Interior sérvio confirmou entretanto que o detido é um jovem de 21 anos e não avançou nenhum motivo para o ataque. “A polícia está a trabalhar para trazer luz sobre todos os factos e circunstâncias deste incidente”, diz o comunicado, citado pela Radio Free Europe. O Presidente sérvio, Aleksandar Vučić, avançou entretanto numa conferência de imprensa que na altura do ataque o suspeito estaria a usar uma camisola com símbolos neo-nazis, mas não deu mais pormenores.
Na quarta-feira passada, um adolescente tinha matado nove pessoas numa escola em Belgrado, o pior assassínio em massa que ocorreu no país em vários anos. Quando surgiu a notícia deste segundo incidente, foi descrito que um homem com cerca de 20 anos tinha tido uma discussão com um agente da autoridade num parque público e, depois dessa discussão, disparou vários tiros a partir de um veículo, atingindo várias pessoas todas jovens (nascidas após o ano de 2000, segundo a imprensa).
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A Sérvia tem leis de porte de arma bastante apertadas. Contudo, devido ao fácil acesso a armas ilegais nos Balcãs na sequência das guerras da década de 1990, a Sérvia é o terceiro país do mundo com maior taxa de armas per capita: 39,1 por cada 100 habitantes, um valor apenas ultrapassado pelo Montenegro e pelos Estados Unidos.
Presidente sérvio quer desarmar o país e propôs pena de morte
Na sequência destes dois tiroteios, Aleksandar Vučić anunciou esta sexta-feira que tenciona levar a cabo um plano de desarmamento em larga escala do país: “Vamos fazer um desarmamento quase completo da Sérvia”, prometeu. Em concreto, o Presidente quer que não sejam emitidas novas licenças de porte de arma, que haja avaliações psicológicas dos detentores de armas e que as penas para porte de arma ilegal sejam mais severas.
Vucic revelou ainda ter proposto ao governo a restauração da pena de morte no país, mas que tal medida não vai seguir em frente uma vez que o poder legislativo se manifestou contra. “Propus à primeira-ministra [Ana Brnabic] trazer de volta a pena de morte, mas ela e o governo são contra, pois neste caso seríamos os únicos, juntamente com a Bielorrússia, a ter pena de morte na Europa”, disse o chefe de Estado.
“Evidentemente, não podemos [fazer isso] por causa de algumas convenções ‘muito inteligentes’. Uma vez eu também fui contra a pena de morte, mas agora lamento ter tido tal posição”, acrescentou.
