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Um tawny “muito muito velho” para brindar na coroação de Carlos III

Este artigo tem mais de 6 meses

A Taylor's lançou uma edição especial que também celebra a relação com a família real britânica, de quem é fornecedor oficial de Porto. O CEO, Adrian Bridge: "O alvará real é um privilégio".

"Um vinho Taylor's foi utilizado num dos jantares comemorativos do casamento de Charles com Diana", lembra o responsável pela casa
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"Um vinho Taylor's foi utilizado num dos jantares comemorativos do casamento de Charles com Diana", lembra o responsável pela casa

"Um vinho Taylor's foi utilizado num dos jantares comemorativos do casamento de Charles com Diana", lembra o responsável pela casa

O ano em que se celebram 650 anos da aliança entre Portugal e o Reino Unido, a mais antiga aliança diplomática do mundo ainda em vigor, é também o ano da coroação de um novo rei, Carlos III. O Tratado de Windsor, assinado a 9 de maio de 1386 (depois dos ingleses terem ajudado o exército português a derrotar os castelhanos, na Batalha de Aljubarrota), veio renovar a relação anglo-portuguesa com origens em 1373. Paralelamente, criaram-se importantes relações comerciais entre os dois países, com o tratado de Methuen, em 1703, a consagrar um fluxo mercantil facilitado para o vinho do Porto e os tecidos britânicos.

Estes momentos históricos — além de outros — criaram ligações fortes que se mantêm até hoje e que se renovam constantemente em atos como a atribuição de alvarás reais a empresas portuguesas. A Taylor’s, casa de vinho do Porto fundada em 1692 que pertence à The Fladgate Partnership (grupo também detentor de outras como Fonseca, Croft e Krohn), é uma dessas empresas, tendo recebido o seu primeiro “Royal Warrant” no dia 1 de abril de 2017. Este alvará foi concedido ainda por Isabel II, “para fornecimento de vinho do Porto, para a rainha e a sua família”, introduz Adrian Bridge, CEO e Chairman da Taylor’s. Adrian entrou para o setor do vinho do Porto em 1994, mas já antes disso tinha servido a família real britânica, tendo integrado a primeira divisão de guardas da Rainha de Inglaterra, “Queen’s Dragoon Guards”, em 1983. Hoje, volta a “servi-la” enquanto responsável pelo alvará real da Taylor’s. “O alvará é para a empresa, mas ao cuidado de um indivíduo. Se houver alteração do indivíduo, há, inclusive, risco de perda do alvará. É uma forma de garantir que as regras são respeitadas. Há uma componente de confiança que não pode ser quebrada”, refere Adrian Bridge.

Mas como se consegue um alvará real? O diretor executivo da Taylor’s explica que tudo começa com um convite da casa real à empresa, para esta formular a sua candidatura. “Durante o processo há uma avaliação muito profunda da empresa, no que toca ao negócio, ética, sustentabilidade, todo o ESG [Environmental, Social and Corporate Governance]. Há muitos dados que têm de ser partilhados, é um processo bastante duro”, confessa Adrian Bridge. Mas não fica por aqui: “Tudo isto está sujeito a reavaliação, a cada 5 anos, para renovação do alvará”. A última renovação do alvará da Taylor’s deu-se, assim, em 2022. No entanto, com a morte da rainha Isabel II nesse mesmo ano, as circunstâncias alteraram-se. “Quando a rainha ou o rei que deu o alvará morre, a empresa mantém o alvará real durante dois anos e, no fim desse período, este fica automaticamente cancelado.” Caberá, portanto, na primavera de 2024, ao rei Carlos III a decisão de conceder, de novo, o alvará à Taylor’s, o que será provável. Também a rainha consorte Camilla ou o filho William poderão fazê-lo, pois, segundo Adrian Bridge, estão capacitados para isso.

O Taylor’s Coronation Very Very Old Tawny Port é uma edição especial, limitada a 1500 garrafas, um vinho com cerca de 80 anos, um blend de alguns dos "mais antigos e raros vinhos do Porto que envelhecem em cascos" nas caves desta casa

Embora as encomendas de vinho do Porto sejam feitas diretamente à Taylor’s, pelo Palácio de Buckingham, quer seja para eventos específicos ou para a garrafeira de um dos membros da família, a empresa não pode comunicar ou revelar por quem, onde ou quando um vinho foi encomendado ou bebido. Como diz Adrian Bridge, a maioria destas informações são “private record”. No entanto, há situações do conhecimento público, como o facto de “um vinho Taylor’s ter sido utilizado num dos jantares comemorativos do casamento de Charles com Diana”, lembra. Foi também revelado, já depois da ocasião, que o vinho Taylor’s Quinta de Vargellas Vintage 1988 foi usado no casamento do príncipe Harry com Meghan Markle, para a elaboração de gomas com vinho do Porto.

Uma das regras associadas ao alvará real é a não utilização do mesmo para efeitos promocionais da empresa. “This Warrant (…) empowers the holder to display the Royal Arms in connection with the Business but does not carry the right to make use of the Arms as a flag or trade mark”, pode ler-se no documento oficial. Ou seja: “Este Alvará permite ao seu detentor expor o Brasão Real de Armas em ligação com a empresa, mas não lhe dá o direito de o usar enquanto bandeira ou marca comercial”. Adrian Bridge não vacila nestas questões: “Sabemos que os nossos vinhos são, e foram, utilizados em vários eventos da casa real e não só durante a governação da falecida rainha, também pelo seu pai e anteriores, durante gerações, tanto no palácio como, por exemplo, no navio Britannia. É uma honra para nós, e um privilégio, termos recebido o alvará real e sabermos que vários membros da família real gostam dos nossos vinhos. Mas o mais importante deste alvará é o sublinhar da qualidade do produto vinho do Porto e, especificamente, dos vinhos do Porto Taylor’s. Um produto de Portugal, com uma história de séculos, está envolvido com a família real britânica, e isso é muito bom”, afirma o empresário.

[Vídeo em que Adrian Bridge fala sobre o vinho Coronation:]

Como forma de honrar também esta relação, a Taylor’s empenha-se em criar produtos comemorativos, como o mais recente Taylor’s Coronation Very Very Old Tawny Port, uma edição muito especial, limitada a 1500 garrafas, que assinala a coroação do rei Carlos III, o 15.º monarca britânico a reinar durante a vida da empresa. Este é um vinho com cerca de 80 anos, “um blend de alguns dos mais antigos e raros vinhos do Porto que envelhecem em cascos nas nossas caves”, descortina Adrian Bridge. Já David Guimaraens, diretor técnico e de enologia da Taylor’s, refere que os vinhos que integram o blend foram “selecionados cuidadosamente pelo seu equilíbrio e complexidade. Décadas de envelhecimento em cascos de carvalho deram-lhes uma força e uma profundidade majestosa, desenvolvendo uma notável frescura e vitalidade”.

Com um p.v.p. de €530, o Taylor’s Coronation Very Very Old Tawny surge na típica garrafa fosca dos Tawny da casa, e numa bonita caixa de madeira de faia. “Queremos assinalar estes momentos especiais com o néctar do Douro”, conclui Adrian Bridge, que não estará presente na coroação (as corações são eventos muito exclusivos, e esta contará apenas com 2 mil convidados), mas fará parte de uma atividade paralela, um espectáculo no âmbito da Royal Warrant Holders Association, a associação de empresas com alvará real, em Londres. Esta associação, que integra hoje cerca de 580 empresas, organiza várias actividades durante o ano, sobretudo na área da sustentabilidade, eventos sociais e afectos ao Queen Elizabeth Scholarship Trust.

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