O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse esta terça-feira que o Fundo Monetário Internacional (FMI) “acerta muito pouco” nas previsões sobre a economia portuguesa, em resposta à revisão em alta do crescimento de 1% para 2,6%.

“É a primeira vez que o FMI é mais otimista do que o Governo português. O FMI acerta muito pouco relativamente à economia nacional” disse Costa e Silva, na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde foi apresentada a Agenda do Turismo para o Interior.

Segundo o governante, “muitas vezes as pessoas subestimam a capacidade da economia portuguesa”, que salientou ser “muito resiliente”.

FMI prevê crescimento de 2,6% da economia portuguesa e inflação de 5,6% em 2023

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Costa e Silva adiantou que, apesar das dificuldades que existem, da inflação, da guerra na Ucrânia, estima um crescimento de 2% da economia até ao final do ano.

“A economia tem um percurso que tem sido sólido e espero que mantenha um crescimento pelo menos na ordem dos 2%, ou acima disto, até ao fim deste ano”, salientou o ministro da tutela. Para o governante, as previsões económicas anunciadas pelo FMI não o surpreenderam.

“Dizem que foi uma surpresa os resultados do primeiro trimestre deste ano. Os resultados não foram surpresa nenhuma, vêm na sequência do que a economia portuguesa produziu e fez em 2022”, vincou António Costa e Silva.

O ministro enfatizou que as exportações estão a crescer e, no ano passado, o país atingiu 50% do Produto Interno Bruto (PIB) em termos de exportações, que voltaram a crescer 13,3% no primeiro trimestre deste ano.

“Se alguma coisa está a funcionar bem no país, é a economia”, disse. “Estamos a ter uma economia cada vez mais competitiva, cada vez mais exportadora, e tudo isso é benéfico para o futuro do país”, acrescentou o governante.

António Costa e Silva destacou ainda os números do turismo relativamente a dormidas e receitas, sublinhando que janeiro, fevereiro e março deste ano “foram os melhores meses de sempre para o turismo português”.

O FMI justificou a revisão em alta do crescimento da economia portuguesa este ano, de 1% para 2,6%, com o desempenho acima do previsto no primeiro trimestre, que terá sido “largamente motivado pelo turismo”.

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“Fomos surpreendidos pelo resultado no primeiro trimestre, em que o crescimento [de 2,5% em termos homólogos e 1,6% em cadeia] foi muito mais forte do que tínhamos antecipado”, afirmou a chefe de Missão do FMI para Portugal, Rupa Duttagupta, durante uma conferência de imprensa virtual para declaração final da equipa de Portugal sobre a consulta ao abrigo do Artigo IV.

No passado dia 11 de abril, na atualização das previsões económicas mundiais, o FMI tinha apontado para um crescimento do PIB português de 1% este ano, mas, no relatório da missão ao abrigo do Artigo IV reviu em alta este valor para 2,6%, prevendo uma estabilização em torno dos 2% no médio prazo.

Por sua vez, o Governo prevê um crescimento de 1,8% em 2023.