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Otávio, o crente que só perdeu a fé no instante em que o milagre fugiu (a crónica do FC Porto-V. Guimarães)

Este artigo tem mais de 6 meses

Otávio marcou, foi o melhor em campo e tornou-se a extensão de um Dragão que só desistiu quando o milagre se tornou impossível. No fim, FC Porto venceu o V. Guimarães na última jornada da Liga (3-0).

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O internacional português apontou o segundo golo dos dragões

Getty Images

O internacional português apontou o segundo golo dos dragões

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Era o último dia de uma réstia de esperança que desapareceu quase tão depressa como surgiu. O FC Porto recebia o V. Guimarães na derradeira jornada do Campeonato e sabia que, mesmo vencendo, mesmo marcando muitos golos, mesmo assinando uma exibição de luxo, nada poderia fazer se o Benfica batesse o Santa Clara na Luz à mesma hora. No Dragão, esperava-se um milagre — e todos sabemos que Sérgio Conceição é um homem de fé.

“Posso ser um bocadinho repetitivo, mas é o que penso e o que sinto. A confiança não tem a ver com os adversários ou com qualquer tipo de situação que se possa pensar. Tem a ver com o nosso dia a dia, com o nosso trabalho. Não há ‘ses’, temos de fazer o nosso jogo, ganhá-lo e por volta das 20h já vamos saber quem é o campeão. Se acredito? Obviamente. Sempre foi o meu discurso e continuará a ser até às 20h de amanhã. Fomos perseverantes, resilientes na nossa forma de estar. Faz parte do ADN desta equipa, não atirar a toalha ao chão em nenhum momento. É uma característica deste clube, desta região, e é um orgulho estar inserido nela”, disse o treinador dos dragões na última antevisão do Campeonato e no penúltimo jogo da temporada, já que ainda terá de disputar a final da Taça de Portugal contra o Sp. Braga.

Ficha de jogo

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FC Porto-V. Guimarães, 3-0

34.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

FC Porto: Diogo Costa, Pepê, Pepe (Rodrigo Conceição, 63′), Marcano, Wendell (Danny Loader, 82′), Uribe, Stephen Eustáquio, Otávio (André Franco, 73′), Galeno (Gabriel Veron, 63′), Taremi, Evanilson (Toni Martínez, 63′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio Cardoso, Zaidu, Grujic

Treinador: Sérgio Conceição

V. Guimarães: Bruno Varela, Maga, André Amaro, Bamba, Tounkara, Afonso Freitas (Hélder Sá, 45′), Tomás Händel, Dani Silva (Matheus Índio, 59′), Johnston (Tiago Silva, 22′), Jota Silva (Zé Carlos, 22′), André Silva (Anderson Silva, 75′)

Suplentes não utilizados: Rafa, Safira, Nélson da Luz, Jorge Fernandes

Treinador: Moreno

Golos: Taremi (8′), Otávio (32′), Evanilson (39′)

Ação disciplinar: cartão vermelho direto a Tomás Händel (2′), a Dani Silva (40′), a Afonso Freitas (44′), a Tiago Silva (71′), a Otávio (71′), a Hélder Sá (72′), a Uribe (88′), a Matheus Índio (89′)

A verdade é que, este sábado, o FC Porto terminava uma trajetória que não deixava de ser louvável. Apesar da tarefa praticamente impossível, os dragões chegavam à última jornada ainda com a possibilidade de serem campeões nacionais depois de já terem estado a 10 pontos da liderança. Mais: chegavam à última jornada ainda com a possibilidade de serem campeões nacionais depois de terem conquistado a Taça da Liga e de terem chegado à final da Taça de Portugal. E mais ainda: chegavam à última jornada ainda com a possibilidade de serem campeões nacionais depois de os únicos reforços da época, David Carmo e Gabriel Veron, pouco ou nenhum impacto terem tido na equipa.

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Neste contexto, Sérgio Conceição fazia exatamente aquilo que tinha prometido — preocupava-se com aquilo que podia controlar e não realizava qualquer gestão do plantel. Uribe e Evanilson recuperavam a titularidade, com Grujic e Toni Martínez a começarem ambos no banco, e Pepê era o escolhido para a direita da defesa. Do outro lado, Moreno não podia contar com o castigado Bruno Gaspar e o lesionado Villanueva.

O jogo ficou condicionado e praticamente decidido logo ao segundo minuto, quando Tomás Händel fez uma falta duríssima sobre Uribe e foi imediatamente expulso por Artur Soares Dias. Com menos um elemento em campo, o V. Guimarães alterou por completo a estratégia que levava para a partida, recuou as linhas e colou-se ao último terço, demonstrando muitas dificuldades para travar a entrada motivada do FC Porto.

Os dragões abriram o marcador ainda nos 10 minutos iniciais, com Taremi a finalizar da melhor maneira uma enorme arrancada de Pepê desde o próprio meio-campo até à linha de fundo (8′), e era notório que o V. Guimarães não teria capacidade para contrariar uma superioridade adversária que se demonstrava muito eficaz. Evanilson ficou muito perto de aumentar a vantagem (10′), Pepê marcou mesmo mas o golo foi anulado por fora de jogo (12′) e Moreno decidiu reforçar o meio-campo e adotar uma lógica de controlo de danos, trocando Jota Silva e Johnston por Tiago Silva e Zé Carlos.

Otávio aumentou a vantagem à passagem da meia-hora, com um pontapé cruzado já na grande área na sequência de uma assistência de Galeno (32′), e o FC Porto chegou ao terceiro golo ainda na primeira parte e por intermédio de Evanilson, que também atirou cruzado após passe iluminado de Taremi (39′). No fim da primeira parte, os dragões estavam a fazer aquilo que lhes competia e iam vencendo o V. Guimarães de forma clara e absoluta — ainda que, na Luz e à mesma hora, o Benfica também estivesse a bater o Santa Clara.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-V. Guimarães:]

Moreno trocou Afonso Freitas por Hélder Sá ao intervalo e a lógica do jogo manteve-se por completo, ainda que o FC Porto não demonstrasse a disponibilidade física e a intensidade da primeira parte. Taremi ficou muito perto de bisar ainda nos instantes iniciais do segundo tempo (47′) e assustou Bruno Varela com um pontapé de bicicleta (55′) e o treinador vimaranense decidiu voltar a mexer, trocando Dani Silva por Índio.

Sérgio Conceição respondeu à passagem de jogo e lançou Rodrigo Conceição, Gabriel Veron e Toni Martínez, motivando a subida de Pepê no relvado e a passagem de Uribe para a posição de central. Os minutos foram passando sem grandes sobressaltos, entre as entradas de André Franco e Danny Loader e o apoio sempre presente de uns adeptos conscientes do destino mas firmes na dedicação, e já pouco ou nada aconteceu até ao apito final.

O FC Porto fez o que tinha de fazer: venceu e venceu bem, sem margem para dúvidas e sem se recordar de que, na Luz, o Benfica também venceu o Santa Clara e sagrou-se campeão nacional pela 38.ª vez. Os dragões não conseguiram revalidar o título, terminando a temporada a dois pontos da liderança dos encarnados, e vão para o Jamor e para a final da Taça de Portugal à procura do segundo troféu de uma época onde falharam o objetivo primordial, principal e prioritário.

Tal como tantas vezes ao longo de uma temporada inteira, Otávio foi o melhor elemento do FC Porto: marcou um golo, criou diversas ocasiões e foi o verdadeiro crente que só perdeu a fé no instante final, quando Artur Soares Dias apitou para o fim do jogo e a ideia de que o título tinha fugido era já uma certeza.

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