Quando embateu contra a Lua a 26 de abril, a nave japonesa Hakuto-R criou uma nova cratera na sua superfície. A missão de aterragem Mission 1 falhou depois de a empresa privada ispace — que gastou 90 milhões de dólares a construí-la — ter perdido contacto com a nave durante mais de seis horas. Num relatório emitido a 26 de maio, revelam que a causa foi identificada como uma falha de software na medição de altitude.

De acordo com o relatório, durante a descida, a Hakuto-R estimou encontrar-se a zero quilómetros de distância (isto é, sobre a superfície da Lua) quando, na realidade, ainda se encontrava a cerca de cinco quilómetros de distância. A nave continuou a descer de forma controlada até ficar subitamente sem combustível, momento a partir do qual acreditam que se terá precipitado “em queda livre” contra a superfície lunar.

Enquanto sobrevoava o local de aterragem, o software não funcionou como seria esperado. Os dados analisados mostraram que os sensores da nave subiram de forma acentuada quando passou sobre um penhasco, ocorrendo uma discrepância maior do aquela que tinha sido inicialmente esperada entre a altitude medida e a altitude definida no software. Isto levou-o a determinar que os valores detetados pelos sensores seriam um erro e a intercetá-los.

Empresa japonesa falha missão para pousar nave na Lua

Um fator que terá contribuído para este “problema de design”, continua o relatório, foi a decisão de alterar o local de aterragem que estava inicialmente previsto depois de uma revisão feita em fevereiro de 2021. “Esta modificação influenciou o plano de verificação e validação, apesar das numerosas simulações de aterragem que foram concretizadas” antes da missão, escrevem os responsáveis.

A ispace adianta ainda que está a incorporar melhorias no design do software, além de expansões na nave para simular as duas próximas missões: Mission 2 e Mission 3.

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