Os doadores que têm financiado o processo de paz em Moçambique disseram que o trabalho de pacificação tem de continuar depois do encerramento da última base da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), celebrado em Vunduzi, serra da Gorongosa.

“Embora os antigos combatentes tenham iniciado a sua transição para a vida civil, o trabalho para a paz definitiva em Moçambique não termina aqui”, lê-se num comunicado.

“Chegou o momento de dedicar maior atenção aos fatores de uma paz sustentável, incluindo a reconciliação e a descentralização e de promover a reintegração sócioeconómica a longo prazo”, detalha o documento.

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Os doadores destacam que “a inclusão, especialmente de mulheres e raparigas, e o respeito pela diversidade e direitos humanos são caminhos comprovados para a paz em todo o mundo”.

“Uma sociedade em que todas as pessoas possam participar plena e significativamente em todas as facetas da vida social, económica e política será mais resistente, pacífica e justa” e isso “inclui o trabalho fundamental das mulheres enquanto construtoras da paz, negociadoras, mediadoras e ativistas”, acrescenta a nota.

O Grupo Internacional de Doadores do Processo Nacional de Paz de Moçambique é composto pelo Canadá, União Europeia (UE), Finlândia, Alemanha, Irlanda, Itália, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA). A Holanda e Noruega são outros países doadores.

O grupo considerou que, “com o encerramento da base de Vunduzi, na província de Sofala, e a desmobilização de todos os restantes antigos combatentes aí localizados, foi alcançado um marco fundamental do Acordo de Maputo”, celebrado em 2019. A base fechou 30 anos e oito meses depois do fim da guerra civil moçambicana.

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A cerimónia representou o final do processo de desmobilização de 5.221 guerrilheiros que permaneciam nas bases em zonas remotas e que começaram a entregar as armas há quatro anos, com o acordo de paz.

Segue-se a fase de reintegração, que inclui o início do pagamento de pensões aos desmobilizados.