As três finais que Benfica e Sporting disputaram e estão a disputar nas modalidades, entre basquetebol, futsal e hóquei em patins, têm exacerbado a rivalidade entre encarnados e leões. A final de basquetebol ficou marcada pelo caso de Travante Williams e muitas críticas à arbitragem, a final de futsal tem sido marcada por muitas críticas à arbitragem e a final de hóquei em patins, invariavelmente, está a ser marcada por muitas críticas à arbitragem.

E o jogo 3 entre Benfica e Sporting, no Pavilhão da Luz e na passada quarta-feira, foi o ponto alto do fenómeno. Os encarnados venceram com um poker de livres diretos de Nicolía apesar de terem começado a perder e os leões, já depois do final da partida, queixaram-se do facto de não ter sido assinalado o número de faltas correto ao adversário.

Um poker de Nicolía para ir à procura do xeque-mate: Benfica vence Sporting e fica a uma vitória do título de hóquei em patins

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“Este jogo de hóquei não foi decidido ali dentro, mas sim no intervalo do jogo, na vergonha que foi. Os árbitros são seres humanos e o que passaram para chegar ao balneário deles (pressão e maus-tratos de responsáveis do adversário) é uma coisa inacreditável nos tempos modernos. Era impossível estes homens não estarem condicionados”, defendeu Miguel Afonso, responsável pelas modalidades do Sporting, em conferência de imprensa. Na manhã de quinta-feira, o Benfica reagiu através de um comunicado onde considerou as declarações do dirigente “inaceitáveis” e retribuiu as acusações.

“Nas queixas apresentadas será que estava a falar das agressões de que foram alvo os nossos atletas durante a primeira e a segunda parte, e depois no final do jogo, por parte dos hoquistas do Sporting? Será que estava a falar de cartões azuis mal mostrados ao Benfica? E também estaria a referir-se aos comportamentos graves e reincidentes do guarda-redes Ângelo Girão?”, podia ler-se na nota publicada pelos encarnados.

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Certo é que, este domingo e no Pavilhão João Rocha, o Benfica podia fazer xeque-mate e sagrar-se campeão nacional se vencesse o Sporting; em sentido contrário, os leões precisavam de ganhar para levar a final para a “negra” e forçar o playoff até ao decisivo quinto jogo. Foi a equipa da casa a abrir o marcador, com Nolito a colocar os leões a vencer, mas os encarnados depressa responderam por intermédio de Gonçalo Pinto, que aparentemente desviou uma stickada de Nicolía e enganou Girão. Ainda assim, a Federação atribuiu o golo ao argentino.

O Benfica foi mesmo para o intervalo a vencer, acabando por dar a volta ao marcador através de um golo de Gonçalo Pinto. O avançado português protagonizou a primeira grande oportunidade da segunda parte, ao atirar por cima na cara de Girão, e o jogo acabou por ficar decidido no espaço de poucos segundos: Nolito permitiu a defesa de Pedro Henriques na conversão de um livre direto e os encarnados, na resposta, chegaram ao terceiro golo por intermédio de Lucas Ordóñez.

Girão defendeu um livre direto de Nicolía pouco depois e também travou um penálti do argentino, na sequência de uma falta de Nolito sobre Gonçalo Pinto na área do Sporting, e Pedro Henriques respondeu do outro lado ao travar um livre direto de Nolito depois de Edu Lamas ver o cartão azul. Gonçalo Pinto ainda voltou a marcar já nos instantes finais, com o golo a ser anulado por ter tocado com o patim na bola, e o resultado já não se alterou.

O Benfica venceu o Sporting pela terceira vez na final e sagrou-se campeão nacional de hóquei em patins pela 24.ª vez, igualando o FC Porto enquanto recordista de títulos e voltando a conquistar o Campeonato depois de sete anos de jejum.