O ano de 2023 “nunca será um ano mau” para o setor das viagens e o diretor de uma das principais empresas da área diz que o número de portugueses a viajar nas férias “continua a aumentar, está com um crescimento de 5%“. Apesar da inflação e da pressão sobre o poder de compra, o setor das viagens continua a ter muito negócio, embora se note uma maior preferência por destinos um pouco mais baratos, como Cabo Verde, que “esmaga tudo”.

António Loureiro, antigo diretor regional da Travelport em Portugal, que detém a Galileo, uma das maiores empresas de distribuição de serviços de turismo do Mundo, diz ao Jornal de Notícias que a subida geral dos preços está a levar a uma alteração na abordagem que o consumidor faz às agências. “O perfil do consumidor este ano é o de ‘eu quero ir e tenho este orçamento’“, diz o responsável, o que contrasta com a abordagem que tipicamente existia que era ter um destino escolhido à partida.

Houve em maio “algum abrandamento” e registaram-se “alguns cancelamentos”, segundo o mesmo responsável, mas a procura continua sólida para destinos como Cabo Verde mas, também, “claramente as Caraíbas e a Riviera Maya, no México”.

Outra empresa do setor, também citada pelo Jornal de Notícias, a Agência Abreu diz que “a praia continua no topo das preferências dos portugueses”. Pedro Quintela, diretor de marketing da Abreu, diz que “destinos como Marrocos, Porto Santo, Cabo Verde, Tunísia, ilhas espanholas e, claro, as Caraíbas são incontornáveis“.

Sendo “inegável o impacto da inflação se tivermos em conta que o valor dos transportes, hotelaria e outros serviços terrestres foram ajustados em alta pelos fornecedores”, o setor fez um “esforço em colocar oferta diversificada e que sirva todo o leque de clientes”. Entre os destinos que se apresentam como novas tendências de 2023, a Albânia e a ilha africana de Zanzibar, banhada pelo Índico, “foram os que saíram melhor e venderam-se bastante bem”, afirmou o responsável, notando que por vezes uma semana em Zanzibar fica “mais barato do que uma semana no Algarve”.

(texto corrigido para indicar que António Loureiro já não é diretor regional da Travelport em Portugal, cargo que deixou há cerca de um ano.)

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