A Volkswagen está decidida a retirar a possibilidade dos clientes do Golf, incluindo o GTI, optarem por caixas manuais já a partir do próximo ano. Quem o afirma é o responsável pelo desenvolvimento técnico da marca, Kai Grünitz, que disse à Autocar que a caixa manual vai desaparecer e não por ser mais lenta ou porque os clientes se incompatibilizaram com ela, uma vez que a opção se prende apenas com o Euro 7, o novo sistema de determinação de consumos e emissões europeu.

O Golf GTI surgiu há 49 anos e, durante os primeiros 29, foi oferecido exclusivamente com caixa manual. Mas com o Euro 7 à porta, esperado para 2025, todos os centilitros de gasolina contam, bem como os gramas de CO2 e as caixas automáticas podem ter mais mudanças e permitir uma desmultiplicação superior, sobretudo nos modos de condução mais económicos.

Grünitz afirmou que “na próxima geração do Golf não haverá qualquer caixa manual”, pelo menos com o que sabe de momento das directrizes da nova norma europeia, admitindo por outro lado que a Volkswagen possa rever a sua posição caso a lei seja alterada.

BMW M acaba com caixa de dupla embraiagem

No que diz respeito às alterações das caixas de velocidade, a BMW M, a divisão de veículos desportivos da casa, vai ainda mais longe do que a Volkswagen. A filosofia inicial privilegiava as caixas manuais, tanto mais que à época este tipo de transmissões era o preferido dos clientes de desportivos. Depois tudo mudou de figura, à medida que as caixas automáticas começaram a evoluir e a tornar-se mais rápidas, primeiro as convencionais com conversor de binário e, mais recentemente, as de dupla embraiagem, com ambas a aceitar a electrificação mais facilmente do que as manuais.

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Segundo revelou à Top Gear o responsável pelo Desenvolvimento da BMW M, Dirk Hacker, “as caixas de dupla embraiagem deixam de fazer sentido para a BMW”,  pelo que há que contar “apenas com as manuais e as automáticas electrificadas para o futuro”, revelou o técnico. Esta é uma opção técnica difícil de entender, uma vez que ambas as caixas automáticas podem ser electrificadas, mas se as de dupla embraiagem podem ser mais rápidas (veja-se, por exemplo, o caso das que equipam os Ferrari), as convencionais vêem-se livres do conversor de binário ao serem electrificadas, precisamente o elemento que elevava os consumos e colocava a eficiência das caixas automáticas tradicionais em causa.

De acordo com Grünitz, o M2 será ainda o último BMW M com caixa manual, desportivo que deverá ser produzido até 2030. A partir daí, apenas caixas automáticas electrificadas, para os modelos com motor principal a combustão, uma vez que os eléctricos a 100% apenas usam um redutor, ou seja, uma transmissão de apenas uma velocidade. E a (esmagadora) maioria dos veículos vendidos pela BMW na Europa, após 2030, será sobretudo eléctricos.