Esta segunda-feira, um submersível que partiu do porto de St. John, no Canadá, para visitar os destroços do Titanic desapareceu dos radares com cinco pessoas a bordo. De acordo com o The Independent, há mais de sete horas que não há qualquer comunicação com o Titan.

Submersível turístico desaparece durante visita a destroços do Titanic

A embarcação, que é operada pela OceanGate Expeditions, pode submergir até 3.800 metros para recolher informação e captar registos sobre os destroços do Titanic. Partiu do porto canadiano com destino a um ponto a cerca de 600 quilómetros da costa de Newfoundland. Ao contrário de um submarino, não é autónomo, necessitando de uma embarcação que sirva de base.

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De acordo com a BBC, um lugar nesta expedição pode custar 250 mil dólares, quase 229 mil euros. Há apenas cinco lugares por expedição: um para o piloto da embarcação Titan, um para um especialista em conteúdo e outros três para os clientes.

O “Titan” é um submersível da classe Cyclops, que é descrito como “mais leve em peso e mais eficiente a nível de custos”. Na frente da embarcação, existe uma espécie de janela, para que os clientes possam ver os destroços do Titanic.

A embarcação durante o momento da descida

A OcenGate Expeditions também fala num sistema que desenvolveu para esta embarcação, chamado RTM – monitorização de saúde em tempo real. “A Titan é o único submersível tripulado” que usa “um sistema de sensores localizados acústicos”. “O sistema RTM torna possível analisar os efeitos da mudança de pressão na embarcação à medida que mergulha de forma mais profunda, o que ajuda a avaliar a integridade da estrutura.” Em teoria, é através deste sistema que “são dados aviso ao piloto para que, com tempo suficiente, possa abortar a descida e regressar com segurança à superfície”.

A embarcação é feita em fibra de carbono e titânio, pesa 10.432 quilos e tem 6,7 metros de comprimento por 2,8 metros de altura. Pode levar até 685 quilos a bordo e tem um suporte de vida de 96 horas para a tripulação de cinco pessoas. Os primeiros testes de mergulho do Titan foram feitos em 2018.

A “Titan” na plataforma

Numa entrevista à CBC, no ano passado, Stockton Rush, o CEO da OceanGate Expeditions, disse que o Titan era a única embarcação “de cinco pessoas capaz de alcançar a profundidade” do local onde estão os destroços do conhecido navio.

A viagem dura oito dias e tem também um propósito científico: no site da empresa, é referido que existe a intenção de documentar com registos fotográficos e vídeos a evolução da degradação dos destroços do Titanic.

No site, a OceanGate Expeditions indica que as expedições para visitar o local onde estão os restos do Titanic regressaram este verão com uma periodicidade anual e que tem ainda 18 “mergulhos” planeados.

A 15 de junho, a empresa partilhou no Twitter uma imagem com as equipas que asseguraram as missões 3 e 4 da expedição do Titanic.