A nova data no calendário é novembro. Será com quatro meses de atraso que a FCT — Fundação para a Ciência e para a Tecnologia irá abrir os concursos de projetos de inovação e desenvolvimento (I&D) que deveriam arrancar daqui a poucos dias, no início de julho. O adiamento é justificado com a vontade de renegociar os fundos do PT2030, angariando mais verbas para a ciência portuguesa.

É a própria fundação que faz o anúncio, através de comunicado, no seu site oficial. A decisão afeta todas  as candidaturas ao Concurso de Projetos I&D em todos os domínios científicos. No comunicado não fica claro se as regras do concurso se mantêm ou se haverá alterações, embora se refira que tenha de haver articulação com os regulamentos do PT2023. Se assim for, quem já tiver as candidaturas em fase final, poderá ter de revê-las quando forem anunciadas novas regras.

Por outro lado, com este adiamento, em 2023 não haverá verbas disponíveis para os investigadores que se candidatam a estes concursos. Uma vez que irão decorrer durante todo o mês de novembro, e a avaliação dos projetos deverá ocorrer em dezembro, só em 2024 é que os escolhidos deverão receber o financiamento.

No entanto, o argumento da FCT para adiar as candidaturas prende-se com a vontade de querer ter mais verbas disponíveis. 

“A FCT está empenhada em aumentar o orçamento disponível para o Concurso de Projetos de I&D em todos os domínios científicos de 2023, pelo que está a estabelecer sinergias com o PT2030 no sentido de poder alocar um montante de pelo menos 100 milhões de euros ao financiamento deste programa de apoio a projetos, o que representa um aumento de 33% face aos concursos anteriores”, lê-se no comunicado.

Na mesma nota, fala-se da necessidade de articulação de regulamentos. “A obtenção deste financiamento exige uma articulação do regulamento de projetos da FCT com o regulamento do PT2030, que está em preparação, pelo que a FCT decidiu adiar, para o período de 1 a 30 de novembro, a submissão de candidaturas ao Concurso de Projetos de I&D em todos os domínios científicos de 2023. Este adiamento permitirá ainda garantir a adoção de custos simplificados, o que se traduzirá numa maior eficácia na gestão do tempo dos investigadores.”

A Fundação para a Ciência e para a Tecnologia garante que nesta decisão foram consultadas diversas entidades representativas da comunidade científica.

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