A avó de Nahel, o jovem de 17 anos morto a tiro pela polícia francesa, pediu calma aos franceses e queixou-se de a morte do seu neto estar a ser usada como desculpa para atos de violência. As declarações de Nadia foram feitas à BFM TV.

“Quero que parem”, disse Nadia. “Quero que isto pare em todos os lugares”, acrescentou a avó de Nahel, pedindo aos manifestantes que parem de destruir escolas e autocarros.

Nadia disse confiar na justiça e garante que só está ressentida com o agente que matou o seu neto. “Eu confio na justiça”, garantiu, acusando os manifestantes de “usarem Nahel como pretexto” para os seus atos de violência.

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Terceiro passageiro do carro de Nahel conta a sua versão da história: “Eu vi-o a morrer, ele estava a tremer”

Para “repor a verdade”, o terceiro passageiro do carro de Nahel publicou um vídeo onde conta a sua versão dos acontecimentos que levaram à morte do jovem de 17 anos. O vídeo apareceu nas redes sociais e a BFM TV, órgão de comunicação social francês, autenticou-o. A versão das autoridades é de que o jovem, abatido a tiro pela polícia, não parou numa operação STOP. 

Segundo o jovem foram os golpes da polícia que fizeram com que Nahel tirasse o pé do travão do carro. Como o automóvel era automático, isso terá levado o carro a avançar, não se tratando de uma fuga, contrariandio assim a versão das autoridades.

Mãe de soldado assassinado pelo extremista Mohamed Merah apela à calma

Outro apelo à calma foi feita pela mãe de um soldado assassinado em 2012 por Mohammed Merah, jihadista francês, responsável por sete mortes, incluindo a de três crianças.

“Lanço um apelo aos pais, protejam os vossos filhos.” Latifa Ibn Ziaten, ativista franco-marroquina, deixou o seu apelo no Twitter, onde pede aos pais que prestem atenção ao que os filhos andam a fazer.

Segundo o Governo francês, cerca de 30% das detenções têm sido de menores de idade.

Latifa Ibn Ziaten argumenta que é preciso “zelar pelas crianças”, “educar as nossas crianças e, acima de tudo, protegê-las”, frisando que os tumultos que se vivem em França são muito graves. “A violência não vai adiantar de nada. Cabe a nós fazer tudo o que pudermos para tomar conta dos nossos filhos.”

Desde terça-feira, dia em que Nahel morreu, várias cidades francesas têm sido palco de manifestações e confrontos com a polícia. Na quarta noite de violência foram detidas mais de 1.300 pessoas, de sábado para domingo, foram mais de 700.