O último dos soldados franceses que estiveram no desembarque da Normandia — também conhecido como o Dia D, a 6 de junho de 1944 — morreu na manhã desta segunda-feira, num hospital em Caen, França, com 100 anos.

Léon Gautier pertencia ao Kieffer, um batalhão de fuzileiros navais que integrava 177 franceses, e já em 2019 tinha sido homenageado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, por ocasião do 75º aniversário daquela data histórica, que assinala a mais complexa operação da Segunda Guerra Mundial.

Na altura, a intenção era também lembrar Gautier e outros dois sobreviventes, Jean Morel e Hubert Faure, que combateram as forças nazis ao lado dos combatentes britânicos liderados pelo general Charles de Gaulle no exílio, recuperando as suas histórias para as integrar no imaginário francês, como recorda a France 24.

Esta segunda-feira, Macron já se pronunciou para lamentar a morte do antigo soldado, prometendo que França “não esquecerá” este “herói da Libertação”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nesse tweet, Macron recorda uma frase que Gautier costumava repetir: “Não somos heróis, só cumprimos o nosso dever”.

Aliás, numa cerimónia pelos seus 100 anos, dia 27 de outubro do ano passado, Gautier disse que “o pior” que pode acontecer é uma guerra. “Porque matas gente do outro lado que nunca fez nada, que tem família e filhos. Que sentido é que tem isso tudo?”, perguntava na altura, citado pelo El Mundo.

Segundo o mesmo jornal, Gautier nasceu em Rennes em 1922 e juntou-se ao exército em junho de 1940, tendo combatido depois no Congo, Camarões, Síria e Líbano até chegar a Normandia no dia D, que marca o início da libertação da Europa Ocidental, numa operação que foi liderada por forças norte-americanas, britânicas e canadianas quando França já tinha caído às mãos das forças alemãs.

Gautier passou depois a pronunciar-se a favor da paz nas intervenções públicas que foi fazendo ao longo dos anos. Era pai de dois filhos e será homenageado, agora postumamente, na Normandia.