O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, disse esta quinta-feira à Lusa que o Governo está a avaliar os centros de formação de gestão participada para decidir os que vão continuar a ser apoiados pela tutela. “Essa avaliação foi por mim solicitada ao IEFP, está em curso e estará concluída até ao final deste ano de 2023”, disse.

O governante explicou, em Lousada, que “os centros de gestão participada do IEFP existem há muito”, constituindo uma “rede que tem cumprido genericamente”.

Contudo, observou, o Governo precisa de os avaliar, “nomeadamente sob ponto de vista do impacto o do contributo que estão a gerar ou não para o desenvolvimento económico das regiões onde estão inseridos e dos setores que visam responder, porque têm uma lógica mais setorial”.

Para Miguel Fontes, essa avaliação vai permitir que “o país saiba exatamente quais são os resultados que estão a produzir“, frisando que, se ocorre uma avaliação, “é para tirar daí consequências”.

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Questionado sobre possíveis encerramentos de centros de formação, nomeadamente alguns dos que existem na região do Tâmega e Sousa, como os da metalomecânica, em Amarante, do calçado, em Felgueiras, e mobiliário, em Paredes, respondeu: “Alguns, seguramente, merecerão continuar a ser apoiados, ainda mais valorizados, outros, porventura, essa avaliação demonstrará que tiveram no passado a sua relevância e que hoje porventura já não se justificam”.

O secretário de Estado reforçou que o objetivo da avaliação é haver “uma boa fotografia”. O governante falava em Lousada, onde foi apresentado nesta quinta-feira o novo centro de formação a ser construído naquele concelho.

Sobre a possibilidade de aquele equipamento poder duplicar respostas formativas existentes na região ou esvaziar os atuais centros de formação, referiu que a tutela tem “uma gestão integrada da rede”.

“Teremos a seu tempo o cuidado de termos as modalidades formativas que mais se adequem a cada um dos centros, e complementaridade aos já existentes. A lógica é multiplicar o investimento e não canibalizá-lo. Esse é o cuidado que teremos seguramente”, prometeu.

Sobre a mesma questão também se pronunciou o presidente da Câmara de Lousada e da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa, Pedro Machado.

À Lusa, o autarca referiu que “a CIM tem tido aqui um papel importante de concertação da oferta formativa e já o fez mesmo antes de haver este centro de formação”.

“Isso será um processo natural, a ideia não é andar aqui a duplicar respostas, é complementar, é preencher vazios que existem”, concluiu.