O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse nesta sexta-feira que o primeiro dia de greve na easyJet registou uma “adesão massiva” e um “impacto operacional brutal”, segundo uma mensagem aos associados.

“Findo o primeiro dia de greve, e tal como suspeitávamos, a adesão foi massiva e o impacto operacional brutal: dos 102 voos originalmente programados, 72 foram cancelados antes do período de greve e dos 30 remanescentes, 20 foram considerados serviços mínimos“, referiu. Segundo a estrutura, “dos restantes 10 voos não abrangidos nos serviços mínimos, seis foram realizados por chefias e quatro cancelados”. A easyJet, por sua vez, referiu nesta sexta-feira que “em Lisboa, Porto e Faro a adesão à greve foi, até ao momento [início da tarde], de 57%”.

A transportadora rejeitou ainda que tenha cancelado nesta sexta-feira mais de 300 voos. “Para proteger os nossos clientes, consolidámos preventivamente o nosso programa de voos com base em Portugal, a fim de permitir aos passageiros gerirem os seus planos de viagem com antecedência e evitar perturbações no dia”, garantiu. “Simplesmente não é verdade que tenhamos cancelado mais de 300 voos nesta sexta-feira, esses voos foram retirados do nosso programa há semanas, a fim de possibilitar que os clientes ajustassem os seus planos de viagem e evitassem ficar retidos devido à greve”, disse a transportadora, adiantando que planeava ” operar 100%” da sua programação “em Lisboa, Faro, Funchal e Porto Santo”. No Porto, “planeamos operar 89% do nosso horário (quatro cancelamentos)”, referiu.

O presidente do SNPVAC acusou nesta sexta-feira  a easyJet de “ter um budget para greves, mas não para aumentos salariais” e avisou que os tripulantes de cabine estão preparados para mais paralisações. “Infelizmente, a empresa tem a postura de que quando fazemos um pré-aviso de greve eles cancelam as reuniões. A easyJet já tem um budget [orçamento] para greves. Em França e Espanha também foi necessário haver uma, duas, três e infelizmente quatro greves para a empresa ouvir”, disse Ricardo Penarróias.

“Não é justo que um tripulante em Portugal ganhe menos 67% do que um tripulante em França ou na Alemanha. Não é o nível de vida de Portugal comparado com França que justifica esse diferencial. Estamos a falar de uma das bases mais rentáveis, rede essa que teve lucro no primeiro trimestre de 228 milhões. Os lucros têm de acompanhar as condições dos trabalhadores”, disse. A greve na easyJet prossegue até ao dia 25 de julho (inclusive).

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