Rajadas de tiros foram ouvidas na madrugada desta terça-feira no centro da capital do Burkina Faso, Ouagadougou, perto da base aérea, avançou um jornalista da agência de notícias France-Presse (AFP).

Os disparos, cujas razões são ainda desconhecidas, começaram a ser ouvidos por volta das 00h45 (mesma hora em Lisboa) no coração da capital do Burkina Faso e só cessaram cerca de 40 minutos depois.

Os tiroteios em Ouagadougou surgem seis dias depois de um golpe de Estado no vizinho Níger, que derrubou o presidente eleito Mohamed Bazoum, com o Burkina Faso a demonstrar mais tarde apoio aos golpistas.

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O Burkina Faso viveu um golpe de Estado há cerca de 10 meses, o segundo em menos de um ano registado neste país assolado pela violência de grupos extremistas islâmicos.

Em 30 de setembro, um golpe levou ao poder o capitão Ibrahim Traoré, que derrubou o tenente-coronel Paul-Henri Damiba, autor de um primeiro golpe que tinha afastado em 24 de janeiro o Presidente eleito Roch Marc Christian Kaboré.

Ambos os golpes militares foram justificados pela incapacidade do Estado de lutar eficazmente contra os grupos extremistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, cujo impacto no Burkina Faso tem crescido desde 2015.

A violência extremista já matou mais de 16 mil civis e soldados em oito anos no Burkina Faso, incluindo mais de cinco mil desde o início de 2023, segundo as últimas estimativas da organização não-governamental Armed Conflict Location Action, que lista vítimas de conflitos em todo o mundo. A violência obrigou também cerca de dois milhões de pessoas a abandonarem as suas terras.