A Comissão Eleitoral do Reino Unido, que supervisiona as eleições do país, anunciou esta terça-feira ter sido vítima de um ciberataque de “atores hostis” que tiveram acesso ao seu sistema informático durante mais de um ano.

Fomos alvo de um ciberataque complexo, e atores hostis tiveram acesso aos nossos sistemas”, escreveu o órgão independente na rede social X (antigo Twitter) sem nomear os autores do ataque, que acederam aos servidores contendo nomeadamente cópias dos registos eleitorais com os dados pessoais de milhões de eleitores.

https://twitter.com/ElectoralCommUK/status/1688871271767867392

“Sabemos quais os sistemas que estiveram acessíveis aos atores hostis, mas não temos como saber de forma conclusiva que ficheiros foram ou não consultados“, declarou o diretor-geral da Comissão Eleitoral, Shaun McNally, em comunicado.

Segundo a Comissão Eleitoral, o ciberataque foi identificado em outubro de 2022, após a deteção de atividade suspeita nos seus sistemas. Tornou-se, depois, claro que “atores hostis” tinham acedido aos sistemas pela primeira vez em agosto de 2021.

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Lamentamos que tenha demorado tanto tempo para os detetar“, acrescentou, salvaguardando, contudo, que continua a ser “muito difícil utilizar um ciberataque para influenciar o processo” democrático.

Após o referendo de 2016 sobre o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e nas eleições legislativas do ano seguinte, as autoridades britânicas suspeitaram de que a Rússia tinha tentado influenciar esses escrutínios.

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A Comissão Eleitoral explicou que tivera de adotar medidas corretivas, sobretudo bloqueando o acesso aos piratas, avaliando a extensão do incidente e pondo em prática “medidas de segurança adicionais” antes de tornar público o incidente.