As bicicletas, trotinetas e pequenas scooters eléctricas “invadiram”as grandes cidades, mas as respectivas baterias causam cada vez mais problemas. Seja por defeitos de produção, de utilização ou devido a frequentes acidentes e quedas, os acumuladores recarregáveis de iões de lítio que as alimentam tendem a arder sem motivo aparente, consumindo não só o próprio meio de transporte, como destruindo os que estão ao lado, podendo as labaredas alastrar às garagens onde estão guardadas e até às próprias habitações.

Face a esta realidade assustadora, as grandes cidades onde este tipo de veículos eléctricos de duas rodas são mais populares, como é o caso de Nova Iorque, vêem os seus habitantes estar cada vez mais preocupados com a onda de incêndios provocados pelas baterias destes pequenos veículos. Recorrendo à tecnologia de iões de lítio, similares às que utilizamos há anos nos computadores portáveis e na generalidade de automóveis eléctricos, as baterias das e-bikes parecem estar cada vez mais sujeitas a este tipo de incidentes. A frequência dos incêndios tem vindo a aumentar e os danos por eles provocados são também cada vez maiores, deixando a população à beira de um ataque de nervos.

Só nos primeiros sete meses do ano, Nova Iorque já registou 13 mortes decorrentes dos incêndios provocados pelas baterias de e-bikes. Isto representa um incremento para o dobro em relação à totalidade das fatalidades registadas nos 12 meses de 2022.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As imagens do vídeo que publicamos acima mostram que bastam menos de 60 segundos para o incêndio provocado por uma pequena bateria, com capacidades entre 500 e 1000 Wh, ficar incontrolável e destruir a e-bike e tudo o que está em seu redor.

Um dos exemplos mais tristes teve lugar numa loja de venda e reparação de bicicletas eléctricas em Chinatown, bairro onde deflagrou um incêndio que rapidamente se propagou ao andar de cima, matando quatro pessoas. Ficou provado que o dono do estabelecimento não cumpriu o limite do número de modelos que poderiam estar no estabelecimento, nem a forma como estes deveriam ser recarregados, mas nenhuma destas explicações tranquilizou os vizinhos.

Os bombeiros da cidade afirmam que nunca viram “nada assim”, pois “o incêndio evolui de zero a incontrolável em poucos segundos, como se se tratasse de fogo posto, o que obviamente não é o caso”. Outros especialistas alertam para o facto desta situação se poder dever à chegada das e-bikes chinesas, que são mais baratas, mas possuem menos sistemas de segurança como, por exemplo, a interrupção do carregamento quando é detectada uma subida da temperatura. Por outro lado, também paira a dúvida quanto ao rigor no controlo de qualidade na fábrica, para evitar defeitos de fabrico ou de montagem. Em cima da mesa está a criação de um conjunto de regulamentações que obriguem a mecanismos eficientes de protecção do acumulador, sem os quais trotinetas, bicicletas e scooters eléctricas não poderão ser comercializadas nos EUA.