A Câmara de Gaia quer replicar o modelo de corredores BUS de alta capacidade da Estrada Nacional 222, que apelida de “metrobus”, noutros eixos do município, aproveitando a nova Linha Rubi do Metro do Porto, disse esta terça-feira o presidente.

Em resposta à Lusa após ser questionado acerca da construção de um terminal de BRT (Bus Rapid Transit, vulgo “metrobus”) na futura estação Rotunda da Linha Rubi do Metro do Porto, na rotunda Edgar Cardoso, Eduardo Vítor Rodrigues confirmou que está prevista a criação de um serviço “metrobus” para aquele local.

De acordo com o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) da Linha Rubi do Metro do Porto, a estação Rotunda contará com “um ‘terminus’ para o serviço BRT (Bus Rapid Transit), localizado no anel exterior da rotunda entre os acessos à VL1 e VL7″, ou seja, no lado poente da rotunda Edgar Cardoso.

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, o terminal foi colocado no projeto de execução da estação Rotunda a pedido da Câmara de Gaia, e visará servir a Rua da Bélgica (desde a zona de Coimbrões até Canidelo), permitindo o acesso ao metro da população servida por esta via.

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A solução está a começar com um projeto-piloto na Avenida Vasco da Gama [Estrada Nacional 222], pretendendo-se alargar o modelo para outras zonas, como a Rua da Bélgica, antiga EN1, entre outros, onde se inclui a VL3, também conhecida como Avenida do Atlântico, que ligará Santo Ovídio até ao mar”, pode ler-se numa resposta do autarca socialista à Lusa.

A avenida até ao mar fará a ligação desde o nó de Santo Ovídio (zona servida pela Linha Rubi e pela Linha Amarela do Metro do Porto) até à orla costeira, na freguesia da Madalena, numa extensão global de 4,5 quilómetros.

Para já, o serviço denominado “metrobus” em Gaia consistirá num autocarro elétrico e/ou a hidrogénio com frequências de 10 em 10 minutos entre a estação de metro de D. João II e a zona de Baiza, em Vilar de Andorinho.

“A partir do dia 1 de setembro, nós vamos ter uma circulação com uma regularidade de 10 em 10 minutos nos períodos de ponta, com uma regularidade de 15 em 15 e de 20 em 20 nos períodos de não ponta ou em algumas alturas de feriados e fim de semana”, disse Eduardo Vítor Rodrigues em 14 de julho na apresentação do serviço, no quartel dos bombeiros Sapadores de Gaia.

Em causa está uma faixa BUS entre a Rotunda Afonso de Albuquerque e os Arcos do Sardão que também permitirá a circulação de bicicletas e outros meios de mobilidade suave, e que o autarca reconheceu não ser um modelo de “metrobus” puro.

Ao contrário do projeto da Metro do Porto na Boavista, que terá estações próprias com máquinas de venda de bilhetes e validadores, no corredor BUS gaiense são visíveis as tradicionais paragens de autocarro, meio de transporte que tem efetivo caminho livre na sua faixa na maior parte do percurso.

O serviço será gratuito até 31 de dezembro, tendo como objetivo “evoluir, cativar, fazer charme às pessoas, para que elas voltem ou venham para o transporte público urbano”, segundo o autarca.

“No fundo, o que teremos não é um modelo tradicional de transporte público, é mesmo um shuttle, um vaivém”, resumiu Eduardo Vítor Rodrigues, sendo a ideia privilegiar “a rapidez, a velocidade”, defendendo que não faria sentido estar “no meio do trânsito com um autocarro altamente eficiente, altamente moderno, numa fila que partilha com um ligeiro”.

A segunda fase do projeto será alargada até à rotunda de entrada em Avintes, com final da empreitada (avaliada em oito milhões de euros) previsto para depois de 2025.

Posteriormente, o objetivo será chegar à zona industrial de Avintes e, depois, a Crestuma e Lever.