Fernando Medina reafirmou a intenção de criar um mecanismo com o objetivo de “estabilizar as prestações (dos créditos à habitação), durante um determinado período”, de forma a “devolver tranquilidade” aos portugueses. Mas remete a revelação dos detalhes para a próxima semana.

O ministro das Finanças já tinha revelado em julho que a finalidade é estabilizar o valor das prestações de crédito à habitação durante dois anos, face à escalada dos juros, o que reafirmou esta quarta-feira após a reunião da concertação social. Para além disso, Governo está a trabalhar no alargamento da bonificação dos juros.

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Esta edição do Expresso adianta que a Governo está trabalhar numa solução para todas as famílias com crédito à habitação, independentemente do rendimento, que prevê uma redução inicial da prestação a ser compensada nas prestações seguintes até ao final do prazo de amortização. De acordo com o jornal, as famílias acabam por pagar o mesmo ao longo do tempo de vida do empréstimo, mas os encargos serão distribuídos por um período mais longo. Uma das preocupações do Governo, assinala ainda o Expresso, é a de que este modelo de moratória não tenha impacto negativo para os bancos.

Esta sexta-feira, em declarações antes da reunião do Eurogrupo, em Santiago de Compostela, o ministro das Finanças afirmou que o tema da nova subida da taxa de juros vai ser um dos pontos fundamentais do encontro com os seus homólogos. A decisão do Banco Central Europeu coloca desafios ao crescimento económico e é provável que este abrande. Medina assinalou que a  “subida das taxas de juro seria um risco maior para o andamento da economia do que não o ter feito”.

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O pacote de medidas será apresentado no próximo Conselho de Ministro, como já tinha sinalizado a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. Medina não avançou com pormenores, no entanto, assegurou que o propósito é trazer estabilidade aos portugueses através de uma “solução eficaz e sólida para as famílias”. Por agora, garantiu que objetivo principal é estabilizar as prestações de quem tem crédito à habitação, durante um determinado período de tempo e trazer tranquilidade aos portugueses. Para o ministro, o fundamental é “criar aqui uma situação de previsibilidade, de estabilidade”.

O ministro das Finanças explicou que, para Portugal, a nova subida da taxa de juro é particularmente importante, uma vez que o país tem muitos créditos à habitação de taxa variável, pouco comum na Europa. O impacto da subida da taxa de juro em regimes de taxa variável é muito rápido e “brutal” para as famílias, afirmou o mesmo, em declarações aos jornalistas.

Medina confirmou também que o Governo vai trabalhar no alargamento da bonificação dos juros, sendo que a prioridade são as famílias com taxas de esforço de 35 e 50%. Desta maneira, a intenção é aumentar o número de famílias que pode aceder à bonificação dos juros e reduzir o encargo real que o crédito à habitação representa para os portugueses.

O ministro das Finanças assegurou que o Governo tem “trabalhado de forma muito intensa” com o Banco de Portugal e com a Associação Portuguesa de Bancos para minorar os impactos da nova subida das taxas de juro na vida dos portugueses.