Quando uma receita é boa, o melhor é não alterar nenhum ingrediente. A maneira como o Benfica se ia apresentar na Supertaça contra o Imortal não podia ser mais previsível, mas nem por isso seria mais fácil contrariar os encarnados. O clube da Luz renovou o título de campeão nacional na temporada passada e não mexeu grandes peças de uma época para a outra. Ao nível dos sempre influentes jogadores estrangeiros, a equipa de Norberto Alves garantiu apenas um reforço sonante de seu nome Trey Drechsel, sendo que também Daniel Relvão, internacional português, se tornou em mais uma solução para o jogo interior do Benfica.

O Imortal não podia estar numa situação mais oposta. Depois de uma temporada abaixo dos próprios padrões, inclusive lutando afincadamente pela permanência, os algarvios revolucionaram a equipa e o comando técnico. Iñaki Martín cedeu o lugar de treinador a Bernardo Pires e, ao nível do jogadores estrangeiros, a mudança foi total. “Existe um enorme respeito e reconhecimento por toda a estrutura do Benfica que, esta época, apostou na continuidade da maioria dos seus elementos”, lançou Bernardo Pires, junto da Federação Portuguesa de Basquetebol, antes do jogo da Supertaça disputado em Odivelas. “Cabe nos a nós, Imortal, honrar todas as condições oferecidas, honrar todas as pessoas que nos apoiam e suportam diariamente (ano após ano) e tentar colocar em prática todas as ideias que temos vindo a tentar assimilar nestas últimas semanas com níveis máximos de entrega, respeito e dedicação”.

Fábio Lima, um dos jogadores mais experientes dos algarvios, explicou as ambições dos finalistas vencidos da Taça de Portugal. “Será um ano de crescimento e aprendizagem. Temos irreverência e ambição para tentar aproveitar esta oportunidade para crescer e conquistar espaço ao mais alto nível no panorama do basquetebol nacional. Prometemos trabalhar com humildade e consciência de que poderemos não ser os melhores no papel, mas que iremos trabalhar todos os dias com o afinco e rigor dos melhores, que são exemplos para todos nós”.

Depois de se ter sagrado bicampeão, o Benfica assume a candidatura a todos os títulos nacionais. “As expectativas para esta época são bem claras: conquistar novamente os troféus do ano passado e, também, vencer as competições que este grupo ainda não venceu: Supertaça e Taça Hugo dos Santos. Queremos chegar ao final da época com a conquista de todos os troféus nacionais”, referiu Diogo Gameiro. Para começar iniciar esse processo, era preciso arrecadar o troféu que marca o arranque oficial da temporada. “Temos que respeitar o Imortal, que nos fez suar muito para conquistarmos a Taça de Portugal na última temporada”, continuou o base encarnado.

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Em momento algum do jogo o Benfica permitiu ao Imortal liderar o marcador, conseguindo uma vantagem de 21-15 no final do primeiro período. Os encarnados estavam com uma produção ofensiva assinalável. No segundo parcial, a equipa de Norberto Alves conseguiu marcar 31 pontos, chegando ao intervalo na frente por 16 (52-36).

Na segunda parte, o Imortal recuperou e conseguiu chegar ao último quarto a acreditar na vitória fruto de uma inspiração súbita da linha de três pontos (terminaram com 47% de eficácia). De qualquer modo, o Benfica conseguiu recuperar os índices elevados de desempenho e venceu a 15.ª Supertaça do palmarés. (93-75).

Do ponto de vista estatístico, Toney Douglas, do Benfica, e Jackson Stormo, do Imortal, dividiram o título de melhor marcador do encontro com 19 pontos anotados. O base encarnado, aliado ao lançamento, conseguiu também cinco assistências e três ressaltos.