A equipa campeã contra a equipa revelação na Supertaça, a equipa campeã contra a equipa revelação uma semana depois da confirmação desse “estatuto” na Elite Cup. O Pavilhão Municipal Cidade de Tomar recebia o primeiro duelo oficial da temporada após os sinais positivos deixados por Benfica e Sp. Tomar no torneio que junta as oito melhores equipas do Campeonato passado, com os encarnados a saírem vitoriosos depois de baterem HC Braga, Oliveirense e Sporting (na final) e os nabantinos a surpreenderem de novo o FC Porto como tinha acontecido nas meias-finais da Taça de Portugal antes de caírem com os leões. Com isso, apesar do natural favoritismo teórico para o Benfica, estavam reunidas todas as condições para mais um grande duelo entre uma equipa que se tem assumido como Golias e uma formação que gosta de ser David.

A 24.ª vez, a primeira desde 2016, o triunfo em quatro jogos: Benfica volta a vencer Sporting e é campeão de hóquei em patins

“Trabalhámos quase a 100% com os jogadores menos utilizados e o plantel da equipa B, dando descanso aos jogadores com mais minutos numa recuperação ativa. Têm um trabalho já bastante consolidado por parte do Nuno [Lopes]. No seu pavilhão, terá de ser um super Benfica para vencer a Supertaça. Terá de ser um Benfica melhor do que foi na Elite Cup. Será uma final muito dura. Essa prova acabou por ser uma competição importante para melhorar a condição dos jogadores. Temos ser inteligentes, usar bem a nossa experiência e fazer das nossas fraquezas forças. No senso comum, quando as pessoas abrirem os jornais e virem um Sp. Tomar-Benfica na Supertaça de hóquei em patins, pelo desconhecimento irão dizer que o Benfica tem obrigação de ganhar. Temos essa obrigação porque é esse o nosso ADN, mas daí até termos a vantagem discordo completamente da ideia”, comentara o técnico dos encarnados, Nuno Resende.

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“O Sp. Tomar é uma equipa que não teme nada mesmo contra o Benfica que vale pelo seu todo, apesar de ser capaz de, um momento para o outro, tirar coelhos da cartola. Vai ser um osso duro de roer mas jogamos em casa, o que pode fazer com que a equipa e os jogadores se possam superar. Queremos deixar tudo em campo e confiamos que os nossos adeptos vão estar presentes e nos vão empurrar para esse momento de superação”, salientara Nuno Lopes, técnico que tem conseguido colocar os nabantinos ao mais alto nível.

Um fim de semana para a história: Sp. Tomar vence Sporting nos penáltis e conquista primeira Taça de Portugal

Com o Benfica a entrar em campo como campeão em título após o triunfo na última temporada frente ao FC Porto e o Sp. Tomar à procura do primeiro título na prova após a inédita conquista da Taça de Portugal, havia uma outra curiosidade paralela que passava pela capacidade que os encarnados teriam para prolongar aquele que tem sido um início arrasador a nível de Supertaças, com vitórias no futebol masculino e feminino, no basquetebol masculino, no futsal masculino e feminino e no andebol feminino (ainda vai fazer a de voleibol masculino e do hóquei em patins feminino). No final, não foi diferente no hóquei em patins masculino e as águias ganharam mesmo a nona Supertaça da história na modalidade.

Ao contrário do que é normal na equipa de Nuno Lopes, o Sp. Tomar começou a acusar aquela que seria mais uma possibilidade de chegar a um troféu nacional com erros pouco comuns na equipa sobretudo nas perdas de bola ainda na fase de saída para o ataque. António Marante, por duas ocasiões, ainda foi evitando o golo inaugural mas nada conseguiu fazer quando Roberto Di Benedetto atirou cruzado para o 1-0 (5′). O conjunto da casa foi depois equilibrando a partida e o número de remates com perigo à baliza passando também a ter maiores tempos de posse mas até ao intervalo seria mesmo o Benfica a aumentar a vantagem por Lucas Ordóñez, aproveitando as facilidades na área para rematar perante a passividade contrária (16′).

O Sp. Tomar teria de fazer algo para reentrar na partida e a forma como começou a segunda parte acabou por colocar a equipa nesse patamar que procurava, com Pedro Martins a reduzir para 2-1 aos 31′ e Xanoca a atirar ao ferro logo no minuto seguinte antes de uma transição conseguida do Benfica que terminou também com Lucas Ordóñez a acertar no poste. Esse foi o melhor momento dos visitados no encontro, sem que com isso chegasse ao empate numa fase em que os encarnados não tinham tanta capacidade de saída, e seriam mesmo os campeões a aumentarem o avanço por Nil Roca (41′). Esse acabou por ser o momento da partida, com o Sp. Tomar a tentar arriscar um pouco mais e Pol Manrubia a “matar” o jogo com o 4-1 (47′).