Uma ligação que continua a dar mais problemas do que frutos: na sequência da abertura do processo judicial contra Luis Rubiales, devido ao beijo dado a Jenni Hermoso na final do Campeonato do Mundo, o juiz espanhol responsável pelo caso decidiu investigar também a participação de Jorge Vilda em todo o episódio.

De acordo com a EFE, Jorge Vilda passou de testemunha no processo a investigado, com o juiz a considerar que o agora ex-selecionador espanhol poderá ter coagido Jenni Hermoso a desvalorizar a atitude de Luis Rubiales e esvaziar o assunto publicamente. Para além do treinador, também Albert Luque, diretor desportivo da Real Federação Espanhola de Futebol [RFEF], viu o seu estatuto no caso ser alterado de testemunha para investigado. Ambos serão ouvidos no próximo dia 10 de outubro, assim como Rúben Rivera, o diretor de marketing do organismo.

“Pressão constante e reiterada.” Ministério Público espanhol indicia Luis Rubiales por agressão sexual e coação

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A decisão surge também na sequência do testemunho dado pelo irmão de Jenni Hermoso, Rafael, que terá alegado que a jogadora foi coagida nos dias seguintes à final do Campeonato do Mundo. Segundo o jornal Marca, Albert Luque e Rúben Rivera terão viajado até Ibiza — onde a avançada estava de férias em conjunto com a restante seleção, a festejar a conquista do Mundial — a pedido de Luis Rubiales para conversar e pedir a Hermoso que não alimentasse a polémica.

De recordar que, no início de setembro, o Ministério Público espanhol indiciou Luis Rubiales pelo crime de agressão sexual e coação. A justiça espanhola decidiu dar continuidade à queixa apresentada pela jogadora na semana anterior e o presidente demissionário da RFEF incorre agora numa pena de quatro anos de prisão.

Na prática, o Ministério Público apresentou a chamada “querella” contra Luis Rubiales, que corresponde a uma indiciação formal e ao início do processo penal contra o dirigente. “A jogadora, assim como o seu entorno mais próximo (família e amizades), sofreu uma pressão constante e reiterada por parte do sr. Rubiales e o seu entorno profissional, com a finalidade de que, publicamente, justificasse e aprovasse o ato cometido contra a sua vontade; sofrendo Jennifer uma situação de assédio, contrária ao desenvolvimento da sua vida em paz, tranquilidade e livremente”, podia ler-se no comunicado do Ministério Público espanhol a que o jornal El Español teve acesso.