Não só foi a primeira mulher transgénero a participar, como também foi a primeira a vencer. Marina Machete foi, esta quinta-feira, coroada Miss Portugal e será a representante do país no concurso Miss Universo 2023, que tem a final marcada para o próximo dia 18 de novembro em San Salvador, El Salvador.

Ainda antes de vencer o Miss Portugal, num evento que decorreu em Borba, a jovem de 28 anos recorreu às redes sociais para expressar o “orgulho” que tinha em ser a primeira “mulher trans a competir” por esse título. “Durante vários anos não me foi possível participar e hoje orgulho-me de fazer parte deste incrível grupo de finalistas”, acrescentou.

Marina Machete é hospedeira de bordo há cinco anos e descreve a profissão como uma “experiência transformadora”, que não só a ajudou a expandir horizontes como a alertou para a forma como “outras culturas” lidam “com pessoas transgénero”.

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Num vídeo que está disponível no YouTube, no canal Miss Queen Portugal, Marina Machete revela que, como mulher transgenéro, precisou de ultrapassar “muitos obstáculos” que encontrou pelo caminho. “Felizmente e especialmente com a minha família, o amor provou ser mais forte do que a ignorância”. A miss de Palmela alertou ainda para o aumento da transfobia e da intolerância em redor do mundo, algo que considera ser um “grande problema que temos visto na sociedade ultimamente”.

Com os pais a serem donos de oito gatos e um cão, a jovem afirmou que os “direitos dos animais e a sua proteção” são alguns dos tópicos que procura defender, independentemente do local onde se encontra “no mundo”.

Na 72.ª edição do Miss Universo, Marina Machete vai encontrar outra candidata transgénero: Rikkie Valerie Kollé, que também fez história ao vencer o título Miss Países Baixos no passado mês de julho. Antes das duas jovens, já tinha existido uma candidata trans ao Miss Universo. Foi a espanhola Angela Ponce, há cinco anos.

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