Israel excluiu esta quarta-feira uma incursão no seu espaço aéreo a partir do Líbano, após ter acionado as sirenes de alarme e instruído os cidadãos das zonas setentrionais a abrigarem-se.

O apelo aos cidadãos para se refugiarem, num contexto de guerra entre o Estado judeu e as milícias palestinianas da Faixa de Gaza, ocorreu por “erro humano”, indicou um porta-voz do Exército israelita.

“Na sequência de relatos sobre uma infiltração no espaço aéreo israelita a partir do Líbano, até ao momento descartou-se uma suspeita de incursão”, declarou o porta-voz, Daniel Hagari, confirmando que não houve qualquer incidente de segurança e que será investigado por que razão foram acionados os alarmes de infiltração de drones (aeronaves não-tripuladas).

As sirenes dispararam na região dos montes Golã, no norte de Israel e fronteiriça com o Líbano e a Síria, e puseram em alerta zonas de Israel como Safed e Tiberíades.

As tensas relações entre Israel e o Líbano, países que tecnicamente estão em guerra, ficaram ainda mais crispadas depois de o movimento islamita palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, ter surpreendido Israel no sábado passado com um ataque sem precedentes por terra, mar e ar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta quarta-feira, um míssil antitanque foi lançado a partir do Líbano contra um posto militar israelita nas imediações de Arab al Aramshe, uma comunidade situada a poucas centenas de metros da fronteira libanesa, sem causar danos ou feridos.

As forças israelitas responderam com ataques a território libanês, no quarto dia consecutivo de hostilidades na zona fronteiriça.

Desde domingo, o grupo xiita libanês Hezbollah e as fações palestinianas em território libanês dispararam vários ‘rockets’ e mísseis e fizeram pelo menos uma incursão em Israel.

Por seu turno, as tropas israelitas atacaram com artilharia e bombardeamentos aéreos um grande número de pontos no sul do Líbano.

A violência saldou-se, até agora, na morte de três membros do Hezbollah, a que se somaram algumas baixas nas fileiras da Jihad Islâmica Palestiniana e três mortes no Exército israelita ocorridas na segunda-feira, durante uma incursão protagonizada a partir do Líbano por aquele movimento islamita.

Nenhum grupo reivindicou ainda a autoria do lançamento de mísseis antitanque desta manhã, embora o Hezbollah tenha reivindicado os três lançamentos desse tipo de projéteis ocorridos nos últimos dias e as milícias palestinianas costumem limitar-se a lançar ‘rockets’.

Em cinco dias de guerra entre Israel e o Hamas, há registo de mais de 1.200 mortos e 3.700 feridos em Israel, bem como de 1.100 mortos e pelo menos 5.339 feridos na Faixa de Gaza.

A estes números juntam-se pelo menos mil combatentes palestinianos mortos em território israelita em confrontos com as forças de segurança depois de se terem infiltrado a partir da Faixa de Gaza, de acordo com as últimas estimativas do Exército israelita.