Cabe a Benedetto Vigna, o CEO da Ferrari, conduzir uma das marcas que mais depende da potência e da nobreza dos seus motores a combustão rumo à electrificação, o que está longe de ser uma tarefa fácil. Mas, da administração ao departamento técnico, toda a gente está dedicada a conceber um desportivo eléctrico que consiga figurar entre os melhores do mercado.

Numa entrevista à Bloomberg, Benedetto Vigna começou por confirmar que o Ferrari eléctrico chegará ao mercado em 2025. Mas a surpresa viria a seguir, quando o CEO avançou que já tinha conduzido o protótipo que, em vez de queimar gasolina, aproveita a energia armazenada na bateria. E Vigna disse que gostou “imenso” da experiência.

A Ferrari, bem como a Lamborghini, a sua eterna rival que também está no processo de trocar os potentes motores a combustão pelos eléctricos a bateria, sente uma responsabilidade enorme, uma vez que os seus clientes exigem, certamente para continuarem a ter marca como o pináculo da indústria automóvel, que produza um modelo mais potente, mais rápido e mais eficiente em termos de comportamento do que os seus rivais. Tudo para evitar passar pelo embaraço que apoquenta marcas como a Porsche que, na passagem para os eléctricos, se viu ultrapassada por jovens construtores como a Tesla e a Lucid.

Um Ferrari 100% eléctrico será uma estreia na marca, mas o construtor transalpino já tem alguma experiência em lidar com motores eléctricos e baterias, através dos seus veículos híbridos plug-in, como é o caso dos SF90 Stradale e 296 GTB. E de acordo com Vigna, a Ferrari pretende que, a partir de 2026, cerca de 60% das suas vendas sejam veículos 100% eléctricos, para depois elevar a fasquia para 80% em 2030. Isto significa que os modelos com motor de combustão vão continuar a ser fabricados, mas o construtor vai reduzir a sua oferta de carros a gasolina ao longo dos próximos anos, o que deverá acontecer ao mesmo ritmo que aumente a procura por parte de clientes que preferem optar pela tecnologia eléctrica.

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