O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) travou este sábado o processo de destituição do Presidente da República apresentado pela UNITA numa sessão plenária tensa, que decorreu à porta fechada, com os deputados da oposição a gritarem “vergonha”.

“Uma reunião destas em que o interesse publico é total, o MPLA optou por fazer à porta fechada, provou que tem medo do povo e do debate democrático”, disse aos jornalistas o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior à saída do debate.

A sessão plenária extraordinária foi convocada para apreciar a proposta de destituição do Presidente da República, João Lourenço, apresentada na quinta-feira pelo maior partido da oposição angolana e que foi rejeitada.

UNITA entrega no parlamento processo de destituição do Presidente da República

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O que se passou aqui não está conformado à legalidade (…) Fomos convidados a votar coisa nenhuma, não houve resolução nenhuma, o que se passou aqui não foi nada”, disse o dirigente político, apelando ao respeito pelas regras democráticas.

Adalberto da Costa Júnior salientou que “o regime está esgotado” e questionou o facto de não ter havido transmissão em direto da sessão plenária ao contrário do que é costume, ainda para mais quando se tratava de “discutir uma questão de interesse nacional”.

Instou ainda os colegas do MPLA a “não terem medo da democracia” e garantiu que a UNITA continua disponível para participar nos atos da Assembleia Nacional e vai estar presente na abertura do ano parlamentar, agendada para segunda-feira.

Apesar de ter sido barrado o acesso da imprensa à sala, vários deputados fizeram circular vídeos da sessão nas redes sociais, mostrando o clima de tensão que se viveu, com os deputados da oposição a erguerem os punhos no ar, gritando “Angola é do povo, não é do MPLA”, “vergonha”, “ditadura” e “medo”.