Por norma, e desde que Roberto Martínez assumiu o comando técnico de Portugal, o final dos encontros da fase de qualificação para o Campeonato da Europa têm coincidido quase sempre com um qualquer registo histórico batido. Foi assim com o Luxemburgo, quando a Seleção conseguiu aquela que foi a maior vitória de sempre. Foi assim com a Eslováquia, quando a Seleção carimbou aquele que foi o apuramento mais rápido de sempre. Agora, a regra não mudou mas chegou logo ao intervalo: pela primeira vez o conjunto nacional foi para o descanso com uma vantagem de cinco golos no marcador, sendo que apenas pela segunda ocasião conseguiu marcar cinco golos em 45 minutos. A história da goleada frente à Bósnia estava escrita.

Que bom é ver este João, Feliz apenas por jogar futebol (a crónica do Bósnia-Portugal)

Contas feitas, Portugal chegou aos 24 pontos com oito vitórias noutras tantas partidas, carimbando também o primeiro lugar do grupo a duas jornadas do final e juntando a isso um registo de 32-2 em golos. Mais dois dados, mais duas marcas na campanha: a Seleção nunca tinha conseguido mais do que sete triunfos em fases de qualificação para Europeus e agora alcançou o oitavo tendo ainda dois encontros por realizar, ao mesmo tempo que está apenas a três golos de igualar o melhor ataque em apuramentos tendo pela frente nas rondas finais o Liechtenstein e a Islândia. Há um outro dado histórico que se encontra mais próximo, com Portugal a poder bater o registo das nove vitórias consecutivas que data ainda do longínquo ano de 1996.

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Em paralelo, o próprio Roberto Martínez continua a cimentar um percurso em qualificações para fases finais de Europeus e Mundiais sem paralelo. Desde que assumiu o comando da Bélgica, entre 2018, 2020, 2022 e agora 2024, o técnico espanhol tem um total de 33 vitórias e apenas três empates em 36 partidas, sendo que olhando apenas para os apuramento para Europeus leva 18 vitórias… noutros tantos jogos.

“O jogo de hoje é uma amostra do trabalho dos jogadores no treino, a atitude e o compromisso. Houve uma reação. Gostámos da primeira parte com Eslováquia, mas não gostámos da segunda e os jogadores mostraram isso aqui. Mantivemos a baliza a zero. Há muitos sinais importantes para nós. Como jogador e adepto de futebol, gostas de memórias. Uma memória de ganhar 5-0 fora de casa, oito vitórias consecutivas… É para ficar satisfeito”, comentou Roberto Martínez ainda na zona de entrevistas rápidas.

“Gostaria de ter uma celebração em Alvalade no encontro frente à Islândia. Jogar em casa, um apuramento que é histórico… É um bom motivo para festejar. Vamos dar tudo. Eu e a equipa técnica temos um trabalho difícil de ter 23 jogadores porque o futebol português tem mais jogadores, mas continuamos no mesmo caminho. Temos de enfrentar o próximo jogo com pressão de fazer as coisas bem, trabalhar bem. Tentar sacar todo o talento de uma forma coletiva, que é o mais difícil. O talento individual de Portugal é de alto nível, mas gosto mais do compromisso, da atitude e do equilíbrio que os jogadores dão. Este é um grupo de jogadores com um sonho coletivo”, acrescentou ainda o selecionador nacional sobre o futuro.