O Presidente da República inicia esta terça-feira uma visita de Estado de três dias à Bélgica, a convite dos reis dos belgas, durante a qual irá passar pelas três regiões do país, Bruxelas, Valónia e Flandres.

Na segunda-feira, dia em que Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Bruxelas, houve um ataque a tiro na capital belga que provocou a morte de duas pessoas, que levou o chefe de Estado a cancelar uma saída, já de noite, e a permanecer no hotel, por indicação das autoridades da Bélgica.

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As autoridades belgas elevaram o nível de alerta para o grau máximo em Bruxelas, onde esta terça-feira se concentra o programa do chefe de Estado.

Em declarações aos jornalistas, no hotel onde está alojado, na noite de segunda-feira, o Presidente da República considerou prematuro estabelecer ligações entre este ataque e a situação no Médio Oriente.

Quanto à sua visita de Estado à Bélgica, adiantou: “Vamos seguir, em princípio, todo o programa que estava previsto”.

Nesta deslocação, Marcelo Rebelo de Sousa está acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e por deputados dos seis partidos com grupos parlamentares: Marta Temido, do PS, Gabriela Fonseca, do PSD, Rui Paulo Sousa, do Chega, Joana Cordeiro, da Iniciativa Liberal, Alfredo Maia, do PCP, e Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.

O programa oficial desta visita de Estado começa com uma cerimónia de boas-vindas no Palácio Real, em Bruxelas, pelos reis Philippe e Mathilde, o primeiro de vários encontros institucionais que terá hoje.

A seguir, Marcelo Rebelo de Sousa irá depor uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido e terá reuniões com representantes da Câmara e do Senado, no Parlamento Federal, e com o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo.

Depois de um almoço no Palácio Real, o Presidente da República terá um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Bruxelas, Philippe Close, e um banquete oferecido pelos reis, no Castelo Real de Laeken.

Na quarta-feira, o chefe de Estado irá à região da Valónia e na quinta-feira à região da Flandres.

Segundo o Observatório da Emigração, em 2022 residiam na Bélgica cerca de 50 mil pessoas com nacionalidade portuguesa.

Esta visita acontece dez dias depois do ataque de 7 de outubro do grupo islamita Hamas a Israel e num momento em que prossegue a contra-ofensiva militar israelita com bombardeamentos da Faixa de Gaza e a preparação de uma eventual invasão terrestre.

Em outubro de 2018, quando os reis da Bélgica realizaram uma visita de Estado a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se aos dois países como “aliados próximos” e “amigos”, na União Europeia, nas Nações Unidas e na NATO, com um “papel comum” pela paz no plano global.

Antes, o Presidente da República visitou as instituições europeias em Bruxelas, em março de 2017, ocasião em que foi recebido pelos reis da Bélgica.