O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “horrorizado” com o assassínio de centenas de civis palestinianos no ataque a um hospital em Gaza, frisando que instalações hospitalares e pessoal médico “estão protegidos pelo Direito Internacional Humanitário”.

Numa publicação na plataforma X (antigo Twitter) na noite de terça-feira, Guterres “condenou fortemente” o ataque e disse que o seu “coração está com as famílias das vítimas”.

Num comunicado oficial, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, além de condenar o ataque ao hospital — que teve “mulheres e crianças” entre as vítimas —, condenou também o ataque de terça-feira a uma escola da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), no campo de refugiados de Al-Maghazi, em Gaza.

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O secretário-geral apresenta as suas sinceras condolências às famílias das vítimas e deseja uma rápida recuperação aos feridos”, indicou Dujarric.

O ex-primeiro-ministro português enfatizou ainda “que hospitais, clínicas, pessoal médico e instalações da ONU estão explicitamente protegidos pelo direito internacional”, conclui o comunicado.

O movimento islamita Hamas culpou Israel pelo ataque de terça-feira ao Hospital Episcopal Anglicano Al Ahli, e o exército israelita responsabilizou a Jihad Islâmica.

Ataque ao hospital em Gaza gera trocas de acusações entre Israel e Hamas. Pelo menos 500 pessoas morreram

As imagens divulgadas do hospital mostravam um enorme incêndio rodeando as fachadas do edifício, vidros estilhaçados e corpos, muitos deles desmembrados, espalhados por toda a zona.

Diversos hospitais da Cidade de Gaza tornaram-se local de refúgio para centenas de pessoas, na esperança de serem poupados aos contínuos bombardeamentos e após Israel ter ordenado a todos os residentes da cidade e áreas circundantes que se retirassem para o sul da Faixa de Gaza, e que diversas organizações internacionais consideraram impossível de concretizar por envolver mais de um milhão de habitantes.

Na Faixa de Gaza, o conflito entre o Estado judaico e as milícias do enclave iniciado em 7 de outubro já provocou pelo menos 3.000 mortos entre a população palestiniana, segundo dados do ministério da Saúde, que se refere a mais de 12.500 feridos. Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas já mataram pelo menos 50 palestinianos, para além de centenas de feridos e pelo menos 200 detenções.

O ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro terá provocado em Israel mais de 1.400 mortos, na maioria civis.