“O Manchester United está de luto na sequência da morte de Sir Bobby Charlton, um dos maiores e mais amados jogadores da história do nosso clube. Sir Bobby era um herói para milhões de pessoas, não apenas em Manchester e no Reino Unido mas também em todos os locais no mundo onde o futebol seja jogado. Era admirado pelo seu espírito desportista e pela integridade da mesma forma do que pelas qualidades que tinha como jogador. Sir Bobby será para sempre lembrado como um gigante do jogo”, anunciou o clube. O antigo médio, diagnosticado com demência em novembro de 2020, morreu na manhã deste sábado, “em paz e rodeado da sua família”. “Gostaríamos de agradecer a todos os que foram cuidando de Sir Bobby e às muitas pessoas que o amaram e apoiaram ao longo da vida, pedindo para que este momento seja respeitado”.

Nascido em Ashington no ano de 1937, Bobby Charlton estreou-se com apenas 18 anos na equipa principal do Manchester United, ganhando de forma natural um espaço de indiscutível na equipa que se sagrou campeã inglessa em 1957. Pouco depois, Bobby Charlton foi um dos sobreviventes do desastre de avião que vitimou vários jogadores da equipa conhecida como os Busby Babes, tendo sido resgatado pelo companheiro Harry Gregg. Conseguiu voltar aos relvados e ganhou mais dois Campeonatos, uma Taça e duas Supertaças entre o grande título que teve na carreira em Old Trafford, liderando como capitão o conjunto dos red devils que se sagrou campeão europeu em 1968 naquele que foi o primeiro título internacional de uma equipa inglesa antes de sair 18 anos depois do clube para ser jogador-treinador do Preston North End e do Watford.

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Internacional por mais de 100 vezes por Inglaterra, com um total de 49 golos em 106 jogos, Bobby Charlton liderou também a melhor campanha de sempre dos Três Leões num Campeonato do Mundo em 1966, que se realizou no país e que terminou com a vitória na final frente à RFA após prolongamento (4-2) depois do triunfo nas meias diante da Seleção Nacional de Eusébio e companhia (2-1). Marcou também presença nos Mundiais de 1962 e 1970, com a equipa britânica a cair nos quartos, e no Campeonato da Europa de 1968, onde perdeu nas meias-finais diante da Jugoslávia antes do triunfo pelo bronze com a União Soviética.

“Formado na nossa academia de juniores, Sir Bobby disputou 758 jogos e marcou 249 golos durante 17 anos como jogador do Manchester United, vencendo a Taça dos Campeões Europeus, três títulos da Liga e a Taça de Inglaterra. Pela Inglaterra, ele somou 106 partidas pela seleção e marcou 49 golos, além de vencer o Campeonato do Mundo de 1966. Após a sua reforma, serviu o clube com distinção como diretor durante 39 anos. O seu histórico incomparável de conquistas, caráter e dedicação vai ficar para sempre gravado na história do Manchester United e do futebol inglês e o seu legado vai viver através do trabalho transformador da Fundação Sir Bobby Charlton”, salientou ainda o Manchester United, apresentando condolências “à sua esposa Lady Norma, às suas filhas, aos netos e a todos aqueles que o amavam”.

O irmão mais velho de Sir Bobby, Jack Charlton, foi também jogador e membro da equipa campeão mundial por Inglaterra em 1966. Após começar a trabalhar em minas e depois na polícia, tornou-se profissional ao serviço do Leeds United, onde fez toda a carreira entre 1952 e 1973 com a conquista de duas Taças das Cidades com Feira, um Campeonato (e mais um no segundo escalão), uma Taça, uma Taça da Liga e duas Supertaças. Teve depois uma carreira como treinador, destacando-se os dez anos no comando da Rep. Irlanda entre 1986 e 1996 (levando a seleção pela primeira vez a fases finais de Europeus e Mundiais, com grande destaque para a chegada aos quartos do Campeonato do Mundo de 1990) depois das passagens por Middlesbrough, Sheffield Wednesday e Newcastle. Morreu em julho de 2020, aos 85 anos.

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