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O ministro das Obras Públicas da Autoridade Nacional Palestiniana afirmou esta quinta-feira que cerca de 200 mil casas foram parcial ou totalmente destruídas pelos bombardeamentos israelitas em Gaza desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas.
Os bombardeamentos da ocupação [de Israel] eliminaram famílias inteiras, apagaram bairros, áreas e comunidades residenciais”, para além de provocarem a destruição “de instalações, incluindo hospitais, locais de culto, padarias, postos de gasolina, mercados e escolas”, acusou Mohamed Ziara, membro da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), com poder limitado na Cisjordânia ocupada e sem controlo sobre Gaza.
Nos últimos dias, o Governo de Gaza, controlado pelo Hamas, garantiu que cerca de 50% das casas da Faixa foram danificadas pelos ataques israelitas e que pelo menos 28 mil casas desabaram ou ficaram completamente inabitáveis.
Os bombardeamentos são consecutivos desde 7 de outubro — data em que o Hamas lançou um ataque no território israelita provocando mais de 1.400 mortos e fazendo 220 reféns —, afetando e também destruindo as infraestruturas civis da Faixa, incluindo hospitais, escolas e mesquitas onde centenas de milhares de palestinianos se têm refugiado.
De acordo com o gabinete de informação do Governo de Gaza, mais de 7.000 habitantes de Gaza foram mortos pela ofensiva israelita.
Hamas eleva balanço de mortos por bombardeamentos em Gaza para mais de 7.000
Nas últimas horas, o exército israelita afirmou ter atacado mais de 250 alvos militares do Hamas, que voltou a acusar de usar a população civil de Gaza como escudos humanos.
Os militares também realizaram uma incursão terrestre limitada com tanques no norte do enclave, uma forma de “testar as águas” para uma provável invasão terrestre.
Segundo a agência noticiosa palestiniana Wafa, os ataques israelitas desta quinta-feira mataram pelo menos 15 pessoas na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa, e de outros cinco na cidade de Gaza, além de dezenas de feridos.
Além dos bombardeamentos, a retaliação de Israel ao ataque do Hamas passou também por um bloqueio de água, combustível e outros bens a Gaza.
Depois de vários apelos, Telavive permitiu a entrada de alguma ajuda humanitária, tendo esta quinta-feira entrado mais 12 camiões com água, alimentos, medicamentos e material médico, segundo a organização humanitária Crescente Vermelho Palestiniano.
A organização indicou que, no total, 74 camiões com ajuda humanitária atravessaram a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, embora tenha alertado que o fornecimento de combustível não foi permitido.
O Crescente Vermelho Palestiniano referiu ainda que cerca de 12 mil pessoas estão abrigadas no seu hospital em Gaza, o Hospital al-Quds.
Estas pessoas “estavam à procura de segurança depois de terem perdido as suas casas e entes queridos e agora precisam desesperadamente de satisfazer as necessidades mais básicas, no meio de uma agressão que continua pelo 20º dia consecutivo”, referiu a organização nas redes sociais.
O Crescente Vermelho Egípcio indicou ainda esperar que cheguem esta quinta-feira dois aviões com ajuda humanitária do Kuwait para “apoiar a população de Gaza”.