Acompanhe no nosso liveblogue todas as atualizações sobre o conflito entre Israel e o Hamas.

Morreu um dos principais rostos da tragédia que vitimou centenas de civis nos ataques do Hamas de 7 de outubro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita confirmou esta segunda-feira a morte de Shani Louk, uma tatuadora israelo-alemã de 23 anos.

“Não me matem, por favor”. Os relatos e as imagens do ataque ao festival de música em Israel

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O exército israelita contactou a mãe, Ricarda Louk, residente em Israel há 30 anos, para informar que os testes realizados a uma amostra de ADN retirada de uma lasca de crânio revelaram que o mesmo pertencia à sua filha. “Infelizmente, ontem recebemos a notícia de que a minha filha já não está viva”, disse, citada pelos jornais alemães.

Os médicos do Instituto Nacional de Medicina Forense Israelita determinaram que uma pessoa não pode viver sem o osso do crânio que foi encontrado, concluindo que seria impossível que Shani estivesse viva. Não é claro onde ou quando o pedaço de crânio foi recolhido, mas o corpo da jovem não foi encontrado.

Em declarações ao canal de televisão alemão RTL/ntv, Ricarda Louk declarou que já assumia que a filha estaria morta desde 7 de outubro, sendo possível que tenha sido baleada na cabeça durante o ataque do Hamas. “Pelo menos não sofreu”, disse, citada pela BBC, acrescentando ser bom ter certezas sobre o que se passou.

No X (antigo Twitter), o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita lamentou a morte da jovem. “Shani, que foi raptada de um festival de música, torturada e exibida por Gaza pelos terroristas do Hamas, experienciou horrores inimagináveis“, escreveram. “Os nossos corações estão partidos. Que a sua memória seja uma bênção.”

Depois dos ataques do Hamas a 7 de outubro, as imagens de Shani Louk tornaram-se virais. Levada do festival de música Supernova para Gaza pelo grupo terrorista, foi exibida nas ruas semi-nua, apenas de sutiã e calções, deitada nas traseiras de uma carrinha de caixa aberta com o rosto para baixo e as pernas numa posição não natural, aparentemente inconsciente. A certa altura, um dos terroristas — que gritavam Allahu Akbar (“Deus é Grande”) — é visto a cuspir no seu corpo, que mostrava sinais de ferimentos na cabeça. Atendendo à violência das imagens, o Observador optou por não replicar o vídeo.

Durante algum tempo, a família agarrou-se à esperança de que Shani estaria viva, depois de a mãe informar num vídeo divulgado pela emissora pública alemã ARD ter tomado conhecimento de que a filha se encontrava em estado crítico num hospital com um traumatismo craniano. Nele, pedia ainda ao público e ao governo alemão que ajudassem a recolher mais informações.

Shani Louk, israelita-alemã que surgiu inconsciente em vídeo, está em estado grave num hospital em Gaza

Em visita oficial à Nigéria, Olaf Scholz lamentou a morte da jovem. O chanceler alemão falou num “ato de selvajaria” e declarou que o Hamas deve pagar pelos seus crimes. “As notícias da morte de Shani Louk são terríveis”, reagiu no X. “Como muitos ouros, foi brutalmente assassinada. Isto mostra a barbaridade total detrás do ataque do Hamas — que deve ser responsabilizado. Isto é terror, e Israel tem o dever de se defender.”