Um político alemão do partido de extrema-direita AfD (Alternative für Deutschland, ou Alternativa para a Alemanha) foi detido esta segunda-feira no âmbito de uma investigação em que é acusado de incitação ao ódio e utilização de símbolos nazis. Trata-se de Daniel Halemba, 22 anos, recentemente eleito e que deveria assumir assento no parlamento regional da Baviera também esta segunda-feira, reporta a Der Spiegel.

As acusações incluem a exibição de símbolos totalitários, com vizinhos da fraternidade a que o jovem pertence, a Teutonia Prague, a reclamar ouvir frequentemente a saudação nazi, “Sieg Heil”, (“Salve a Vitória”) avança o The Guardian. As instalações da fraternidade estudantil foram revistadas pela polícia em setembro. Durante as buscas, as autoridades afirmam ter encontrado símbolos proibidos — a constituição da Alemanha impede a exibição de símbolos de regimes totalitários, como a suástica. A rusga “confirmou as alegações [feitas pelos vizinhos]”, escreve a BBC, citando a polícia de Würzburg. Halemba é um dos cinco membros da Teutonia Prag agora acusados de posse de objetos de recordação nazis.

Os procuradores disseram à televisão britânica que Halemba foi acusado de conluio ou supressão de provas, uma vez que estava a tentar influenciar outros membros da fraternidade para que alterassem as suas declarações. “Querem prender-me… com um mandado de captura totalmente ilegal”, disse Halemba num vídeo publicado nas redes sociais antes da sua detenção.

A polícia alemã emitiu um mandado de captura na passada sexta-feira, escreve a BBC. Daniel Halemba foi localizado perto de Estugarda, no estado de Baden-Württemberg, nesta segunda-feira de manhã, pouco antes assumir assento no Parlamento do Estado da Baviera, altura em que ganharia imunidade. Mais tarde, acabaria por ser libertado quando um juiz considerou que não corria o risco de fugir.

A ascensão do partido nacionalista e anti-imigração AfD, que ocupa há alguns meses o segundo lugar nas sondagens a nível nacional, é particularmente sensível na Alemanha por causa do passado nazi. Em junho, o partido, que entrou no Parlamento alemão em 2017, venceu pela primeira vez as eleições num distrito da Alemanha. Este mês, obteve resultados significativos nas eleições na Baviera e Hesse, passando a ser a segunda força política no Hesse, estado que alberga o centro financeiro do país, Frankfurt.

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