Mais de 20 mil feridos continuam na Faixa de Gaza, afirmaram os Médicos Sem Fronteiras (MSF), apesar das primeiras transferências, na quarta-feira, de pacientes palestinianos e estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade para o Egito.

Fotogaleria. Feridos palestinianos e cidadãos estrangeiros deixam a Faixa de Gaza em direção ao Egito

Mais de 20 mil feridos permanecem em Gaza, com acesso limitado aos cuidados de saúde devido ao cerco e aos bombardeamentos constantes [do exército israelita]”, declarou a organização humanitária, em comunicado divulgado na quarta-feira.

“É necessário autorizar a entrada de material médico essencial e de pessoal humanitário em Gaza, onde os hospitais estão sobrecarregados e o sistema de saúde enfrenta uma rutura total“, sublinharam.

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Os MSF afirmaram que todos os 22 funcionários do corpo internacional da organização conseguiram sair de Gaza através do posto fronteiriço de Rafah e apelaram para a retirada de mais habitantes de território palestiniano, bem como para um “cessar-fogo imediato”.

De acordo com um funcionário egípcio, citado pela agência de notícias France-Presse, 76 palestinianos feridos e 335 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade saíram de Gaza na quarta-feira, durante a primeira operação de retirada desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro.

O líder da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, afirmou que “a dimensão da tragédia não tem precedentes”. Mais de 70 funcionários da UNRWA foram mortos em Gaza desde de 7 de outubro, indicou Lazzarini, durante a primeira visita a Gaza desde o início da guerra.

O comissário lamentou ainda que a ajuda humanitária não seja suficiente para satisfazer as “necessidades consideráveis da população de Gaza”, com cerca de 2,4 milhões de habitantes. De acordo com o organismo do Ministério da Defesa israelita que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinianos (COGAT), 61 camiões de ajuda humanitária entraram em Gaza na quarta-feira.

Em 7 de outubro, o grupo islamita Hamas desencadeou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Cerca de 8.800 pessoas, incluindo 3.648 crianças, morreram desde 07 de outubro e mais de duas mil estão desaparecidas sob os escombros na Faixa de Gaza, de acordo com o Hamas, classificado como uma organização terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, entre outros.

As autoridades israelitas disseram que 1.400 pessoas morreram em Israel desde o início da guerra, a maioria civis e grande parte no dia do primeiro ataque do Hamas, além de 240 reféns ainda nas mãos do grupo islamita em território palestiniano.