Depois de um início de temporada negativo, com a primeira vitória a surgir apenas ao quarto jogo, a Roma de José Mourinho encarrilou numa série de sete triunfos em nove partidas entre Serie A e fase de grupos da Liga Europa. O choque de realidade surgiu no fim de semana passado, em pleno Olímpico e com Marcus Thuram a garantir os três pontos para o Inter Milão — e o treinador português aproveitou para voltar a comentar o planeamento do calendário do futebol italiano.

“Conhecemos o calendário, conhecemos o número de jogos antes do início. São 38 jogos para o Campeonato, alguns para a Taça e alguns para a Liga Europa. Há equipas que têm mais potencial para tudo isso e outras nem tanto. Por exemplo, se tiveres seis centrais podes rodar a cada três dias. Se tiveres quatro, mas depois fores ficando com três ou até dois, é mais difícil. Acho que a palavra ‘álibi” é usada quando perdes. Falamos sobre o calendário desde o início do Campeonato, não foi só depois do jogo com o Inter. Mas entendo que há muita gente que chegou ao futebol de pára-quedas. Não é o mundo deles, não sabem isso. Vêm para aqui pelo estatuto, pela política, pelas roupas bonitas. São pessoas que não cresceram aqui e que tens de respeitar pelo estatuto”, atirou Mourinho, que tem perdido vários jogadores por lesão ao longo da época.

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De forma natural, o treinador da Roma não ficou sem resposta. “A liga não comenta declarações de treinadores, desde que não sejam acusações que prejudiquem a credibilidade do produto da Serie A. Depois do jogo com o Inter, o treinador da Roma não se limitou a destacar que a recuperação entre os jogos não foi a ideal. Acusou a Serie A de prejudicar o seu clube. Tivemos de intervir para defender a liga. É bastante claro que a liga não faz favores a ninguém e não está contra nenhum clube”, defendeu Luigi De Siervo, o CEO da Serie A.

Neste contexto, a Roma voltava a jogar este domingo e recebia o Lecce, uma equipa que está a meio da tabela italiana. Mourinho contava com os regressos de Dybala e Renato Sanches, sendo que o argentino era titular e que o português ainda começava no banco, e Aouar também surgia no onze inicial no apoio a Lukaku e com Bove e Cristante no meio-campo. Do outro lado, Roberto D’Aversa tinha os jovens e promissores Lameck Banda, Nikola Krstović e Pontus Almqvist no setor ofensivo.

A Roma poderia ter inaugurado o marcador logo nos instantes iniciais, com Federico Baschirotto a intercetar a bola com a mão na área do Lecce e o árbitro da partida a assinalar grande penalidade. Na conversão, porém, Lukaku permitiu a defesa de Wladimiro Falcone e desperdiçou o penálti, com o jogo a chegar ao intervalo ainda sem golos.

Mourinho só mexeu a 20 minutos do fim, lançando Renato Sanches e depois Sardar Azmoun, e o balde de água fria acabou por aparecer: Banda desequilibrou na esquerda, acabou por cair na grande área mas ainda foi a tempo de desviar para Almqvist, que atirou forte para bater Rui Patrício (71′). O treinador português foi à procura da resposta com as entradas de Belotti, Zalewski e Kristensen e o momento crucial surgiu já nos descontos, quando Azmoun fez o primeiro golo pelos italianos com um cabeceamento forte na área (90+1′).

No último instante da partida, com assistência de Dybala, Lukaku apareceu na cara de Falcone e vingou a grande penalidade ao bater o guarda-redes do Lecce e carimbar uma vitória dramática da Roma (90+4′), que regressou aos triunfos e está agora no 8.º lugar da Serie A.