A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, manifestou o seu interesse em tornar-se a próxima secretária-geral na NATO, quando o cargo mais importante da Aliança Atlântica ficar livre durante o próximo ano.
Kallas participou esta terça-feira à noite na Cimeira de Defesa Política em Washington e, quando questionada sobre se gostaria de ser apontada para o cargo mais importante da NATO, respondeu “sim”, noticiou esta quarta-feira a agência Associated Press (AP).
A advogada e política, de 46 anos, tornou-se a primeira mulher a chefiar o Governo da Estónia em janeiro de 2021, cargo que ainda ocupa depois de renovar o seu mandato nas últimas eleições de março.
O Partido Reformista, no poder na Estónia, não reagiu imediatamente à posição da política, embora um porta-voz tenha garantido esta quarta-feira que Kallas irá procurar assegurar um novo mandato à frente do partido de centro-direita no congresso na capital, Talin, no sábado.
O atual líder da NATO, Jens Stoltenberg, deverá deixar o lugar de secretário-geral em outubro de 2024, após 10 anos no cargo.
A política tem sido uma das mais veementes apoiantes da Ucrânia na Europa e uma crítica feroz da Rússia na União Europeia e na NATO.
Entre outras coisas, Kaja Kallas pressionou a NATO a fornecer um plano de defesa mais completo para os três estados Bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia — que fazem fronteira com a Rússia.
No entanto, alguns diplomatas da Aliança Atlântica e especialistas em política de segurança referiram que Kallas pode ser demasiado agressiva no entender de alguns membros da organização com 31 países.
Na Estónia, um país de 1,3 milhões de habitantes, a sua popularidade atingiu o pico durante a primavera, depois do seu partido ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições gerais de março, onde a Ucrânia emergiu como um tema importante.
No entanto, a sua popularidade caiu em agosto, depois de reportagens nos órgãos de comunicação da Estónia terem revelado que o seu marido continuava a ser um acionista importante de uma empresa de transportes que continuou a operar na Rússia após a invasão da Ucrânia por Moscovo, em fevereiro de 2022.
Kallas já tinha pedido que as empresas estonianas cessassem as operações na Rússia.
A governante negou conhecer os detalhes das atividades comerciais do seu marido e recusou-se a demitir, apesar de ter sido instada a fazê-lo pelo Presidente Alar Karis e pela grande maioria dos estónios, conforme diversas sondagens.
Entre os outros principais candidatos ao cargo da NATO, o primeiro-ministro neerlandês cessante, Mark Rutte, também já manifestou o seu interesse.