A China rejeitou a acusação da Austrália sobre uma ação “insegura e pouco profissional” de um contratorpedeiro chinês que resultou em vários mergulhadores australianos feridos, informou terça-feira o jornal Global Times.

“As alegações da Austrália sobre uma recente interação entre navios de guerra chineses e australianos são completamente inconsistentes com os factos”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Wu Qian, na segunda-feira.

Wu acrescentou que Pequim “opõe-se firmemente” às declarações de Camberra e que as autoridades chinesas já apresentaram queixas formais à parte australiana.

Segundo o porta-voz chinês, a embarcação chinesa “respeitou rigorosamente” as regras internacionais, mantendo uma “distância de segurança” em relação à outra embarcação e “não se envolveu em qualquer atividade que pudesse afetar as operações de mergulho da parte australiana”.

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“Exortamos a parte australiana a respeitar os factos, a pôr termo às acusações grosseiras e irresponsáveis contra a China, a envidar esforços no sentido de aumentar a confiança mútua e a criar uma atmosfera positiva para desenvolver melhores relações bilaterais e laços entre militares”, disse Wu.

O Governo australiano declarou no sábado que a interação “insegura e pouco profissional” de um contratorpedeiro chinês com um navio australiano provocou ferimentos ligeiros em vários mergulhadores australianos.

O incidente teve lugar a 14 de novembro em águas dentro da zona económica exclusiva do Japão, quando a fragata australiana estava a realizar operações de mergulho para remover redes de pesca das suas hélices.

A Austrália garantiu que comunicou a presença dos mergulhadores ao contratorpedeiro chinês, que, no entanto, se aproximou da zona e ativou o seu sonar “de uma forma que pôs em perigo a segurança dos mergulhadores australianos, que foram forçados a sair da água” e sofreram “ferimentos ligeiros” devido ao impacto dos impulsos submarinos.

A China é acusada por alguns países, incluindo as Filipinas e o Vietname, de utilizar métodos agressivos na navegação nas águas do Pacífico, onde tem reivindicações territoriais.

Este incidente ocorre numa altura em que os dois países estavam a tentar melhorar as relações deterioradas: no início de novembro, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, visitou a China, onde se encontrou com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Albanese descreveu a visita como um “passo importante na estabilização das relações” entre Pequim e Camberra, após anos de tensões bilaterais.

Os laços entre Pequim e Camberra começaram a ficar tensos em 2017 por causa das leis australianas contra a interferência estrangeira, mas também com a exclusão de empresas chinesas dos serviços 5G em 2018, ao que Pequim respondeu em 2020 com duras restrições comerciais, que começou a aliviar em 2022.