O Partido pela Liberdade (PVV, sigla em holandês), de extrema-direita, venceu as eleições gerais nos Países Baixos, mostra a sondagem à boca de urnas da Ipsos. Aquela força partidária, liderada por Geert Wilders, terá obtido 35 lugares na Câmara dos Representantes holandesa, ainda que muito longe de uma maioria absoluta (76).

Em segundo lugar, ficou a aliança de esquerda entre os Verdes e o Partido Trabalhista, que terá eleito 26 deputados, seguida do Partido Popular pela Liberdade e Pela Democracia (VVD), do antigo primeiro-ministro, Mark Rutte, com 23 lugares.

Segundo a sondagem da Ipsos, seguem-se os seguintes partidos: D66 (10), BBB (7), CDA (5), SP (5), PvdV (4), FvD (3), CU (3), SGP (3), Volt (2), Denk (2), JA21 (1) e 50Plus (1).

Outra sondagem à boca de urnas publicada mais tarde também dá a vitória ao Partido Pela Liberdade.

“Não podemos ser mais ignorados”, diz líder da extrema-direita

Em declarações na sede partidária em clima de festa, Geert Wilders disse, citado pelo De Telegraaf, que a força do PVV “não pode ser ignorada” após esta “megavitória”. Aludindo a uma possível governação, o líder do partido indicou que seria muito “pouco democrático” se isso não acontecesse: “Os eleitores não aceitariam isso”.

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“Vamos governar”, garantiu Geert Wilders, instando aos partidos a “trabalharem em conjunto” para que isso aconteça dentro “da lei e da constituição”. Contudo, ainda não é claro que o partido de extrema-direita consiga formar governo, estando dependente de uma coligação com vários partidos para conseguir obter a maioria de 76 lugares no Parlamento.

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Se se tornar o novo primeiro-ministro dos Países Baixos, o líder do PVV garantiu que vai governar para todos, “independente de quem seja” ou “independentemente da fé”. “Quero que as pessoas tenham dinheiro na carteira e quero que retorne a segurança”, sublinhou.

O líder do PVV, Geert Wilders, de 60 anos, que chegou a apoiar o primeiro governo de coligação liderada por Mark Rutte, é conhecido pelas suas críticas ao Islão e à União Europeia.

As reações: os parabéns de Ventura, de Marine Le Pen e de Viktor Orbán

Vários dirigentes políticos da direita radical europeia já reagiram. Em Portugal, o líder do Chega, André Ventura, escreveu na sua conta pessoal do X (antigo Twitter) que o “amigo” Geert Wilders acabou de vencer as eleições. “É o último sinal: a seguir será Portugal”, declarou.

Na sua conta pessoal do X, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, acredita que o resultado destas eleições representam um “vento da mudança” na Europa. “Parabéns ao Geert Wilders por vencer as eleições holandesas.”

Marine Le Pen, antiga candidata presidencial francesa e líder da extrema-direita do país, celebrou os resultados no X. “Um resultado espetacular”, definiu, que confirmou, segundo a responsável política, “o crescimento da defesa das identidades nacionais”: “É porque há pessoas que recusam ver a tocha nacional extinta”.

O Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) mandou os parabéns a Geert Wilders pelo seu “grande sucesso”: “Em todo o lado na Europa, milhares de cidadãos querem uma mudança política”. “Muitos parabéns Geert Wilders por este grande sucesso”.

Também o ministro italiano das Infraestruturas e dos Transportes, Matteo Salvini, partilhou uma imagem com o “amigo Wilders”, um “aliado histórico da Liga” do Norte, o partido de Salvini, e deu-lhe os parabéns por “esta extraordinária vitória eleitoral”. “Uma nova Europa é possível”, acrescentou.

De Espanha, o presidente do Vox, Santiago Abascal, aproveitou a oportunidade para afirmar que “cada vez mais europeus exigem nas ruas e nas urnas que as suas nações, as suas fronteiras e os seus direitos sejam defendidos”.