O Brasil assume esta sexta-feira, e durante um ano, a Presidência do G20, o grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana.

No mandato que vai exercer até 30 de novembro de 2024, o Brasil, que elegeu como temas centrais o combate à pobreza e as alterações climáticas, organizará mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, a 18 e 19 de novembro de 2024.

“Possivelmente esse será o mais importante evento internacional que nós iremos organizar”, disse o Presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, na apresentação dos objetivos da presidência brasileira, no passado dia 23 de novembro.

“A gente vai ter uma reunião histórica no país, que espero que possa tratar de assuntos de que precisamos parar de fugir, e tentar resolver os problemas. Não é mais humanamente explicável o mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando o Atlântico, e haver tanta gente ainda passando fome”, declarou então.

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Segundo Lula da Silva, o Brasil vai criar duas ‘forças-tarefa’ no âmbito do G20 para ampliar o combate à desigualdade ao longo da Presidência brasileira: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

Durante o seu discurso, Lula da Silva acrescentou que o gigante sul-americano promoverá três linhas de ação específicas: a inclusão social e a luta contra a fome e a pobreza, a transição energética e a reforma da governação mundial.

O lema da presidência brasileira será “construindo um mundo justo e um planeta sustentável”.

“Vamos buscar resultados concretos, que gerem benefícios para os mais pobres e vulneráveis, em todo o planeta”, frisou o chefe de Estado brasileiro, reiterando que isso só será possível com uma abordagem séria da dívida, do acesso ao financiamento e dos mecanismos de tributação progressiva.

O G20 foi criado em 1999, como uma forma de coordenação entre os países-membros ao nível ministerial, após uma sequência de crises económicas internacionais: a crise do México de 1994, a crise dos Tigres Asiáticos de 1997 (que atingiu especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul), a crise da Rússia de 1998.

Em 2008, no auge da crise causada pela queda do banco Lehman Brothers, os países fizeram a primeira Cimeira de chefes de Estado e de Governo do G20, em Washington (EUA).

Nos dois anos seguintes, as Cimeiras foram realizadas semestralmente: em Londres (Reino Unido) e Pittsburgh (EUA) em 2009, e em Toronto (Canadá) e Seul (Coreia do Sul) em 2010. A partir de Paris (França), em 2011, o encontro passou a ser realizado anualmente, na cidade designada pelo país que ocupa a presidência.