Os países do G7 decidiram proibir, a partir de janeiro, as importações de diamantes não-industriais de origem russa, incluindo os diamantes extraídos, transformados ou produzidos na Rússia.

No final da sua reunião virtual, esta quarta-feira, os líderes dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido anunciaram que, a partir de 1 de janeiro de 2024, haverá também um veto aos diamantes processados em países terceiros.

Segundo um comunicado conjunto, para reforçar a eficácia destas medidas, os membros do G7 que sejam grandes importadores de diamantes em bruto criarão um mecanismo sólido de verificação e certificação de rastreabilidade antes de 1 de setembro.

No encontro, participou também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e as conclusões divulgadas pela Casa Branca sublinham que os países do G7 estão determinados a limitar a capacidade da Rússia para financiar a sua guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

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Os sete países vincaram que já reduziram drasticamente a sua dependência da energia e das matérias-primas russas e planeiam acelerar os seus esforços nessas áreas “para que a Rússia não possa utilizar a energia” como uma arma contra eles.

“Comprometemo-nos a reforçar o cumprimento e a aplicação da política de travagem do preço do petróleo russo, nomeadamente através da imposição de sanções àqueles que incorram em práticas enganosas e da atualização das nossas normas e regulamentos, consoante necessário”, afirmaram.

Os sete reafirmaram que, nos termos dos respetivos sistemas jurídicos, os bens do Estado russo nas suas jurisdições permanecerão congelados até que Moscovo pague pelos danos causados à Ucrânia, que, segundo dados do Banco Mundial citados no comunicado, ultrapassam já os 400 mil milhões de dólares.

Apresentaram também o objetivo de reduzir “ainda mais” a utilização do sistema financeiro internacional pela Rússia para promover a sua guerra na Ucrânia.

O apelo do G7 sobre a situação na Ucrânia estendeu-se igualmente à China, que foi convidada a pressionar a Rússia para que retire as suas tropas de território ucraniano, de forma imediata, total e incondicional.

O G7, atualmente presidido pelo Japão, ao qual se seguirá a Itália em janeiro, também chamou a atenção de Pequim para o facto de não existir “qualquer base jurídica” para as suas pretensões expansionistas no mar do Sul da China e transmitiu-lhe a sua oposição às atividades militares chinesas na região.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 21 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.

A invasão — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.