As taxas diretoras do BCE vão descer. “A questão não é se mas, sim, quando, diz Mário Centeno, governador do Banco de Portugal que esta sexta-feira fez comentários um pouco desalinhados com aquelas que foram as principais mensagens transmitidas pela presidente do BCE na véspera. Se Christine Lagarde afirmou que não se pode “baixar a guarda” em relação à inflação, Centeno diz que desde setembro que há “previsibilidade sobre não haver mais aumentos dos juros” – e não só não irão subir mais como vão acabar por descer.

O governador do Banco de Portugal, que também é membro do Conselho do BCE que se reuniu na quinta-feira para manter as taxas de juro inalteradas em 4%, confirma que não houve uma discussão concreta sobre quando é que se irá dar esse primeiro passo de descida nos juros. Mas é esse tema, da descida dos juros, que o Banco Central Europeu (BCE) tem neste momento “sobre a mesa”.

“Em termos de análise, temos de responder à pergunta: qual é o momento adequado para se fazer o primeiro corte das taxas?“, afirmou Mário Centeno na apresentação do Boletim Económico do Banco de Portugal. Ainda assim, não se deve para já tentar “datar” essa primeira mexida, atirou o governador do Banco de Portugal, reforçando que o BCE está a seguir uma abordagem dependente dos dados económicos.

Apesar disso, é claro na análise de Mário Centeno que se atingiu o “topo das taxas Euribor no quarto trimestre de 2023” e, por isso, alguns detentores de créditos hipotecários vão começar já a sentir nos primeiros meses do ano, à medida que os contratos de créditos vão sendo recalculados com base nos indexantes contratados (Euribor a três, seis ou 12 meses).

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“Se não houver nenhum choque adicional esta vai ser a trajetória ao longo de 2024”, acredita Mário Centeno.

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