A teoria das finais antecipadas aterrou em Santo Tirso. A meia-final da Supertaça colocava frente a frente as duas equipas mais hegemónicas do andebol nacional. O bom dos jogos equilibrados é a imprevisibilidade e ninguém que fosse ao pavilhão assistir ao encontro podia dizer que esta não era um fator a ter em conta, porque nos últimos sete jogos entre o Sporting e o FC Porto — alguns dos quais a valerem títulos — seis foram decididos por apenas um golo de diferença, sendo que o que sobra terminou empatado.

Esta época, os dois rivais já tinham protagonizado um encontro emocionante a contar para o campeonato. Como invariavelmente tem feito contra todo e qualquer adversário nas competições nacionais, o Sporting venceu os dragões (25-26). No campeonato, os leões levam 14 vitórias em 14 jogos, sendo que, além do FC Porto, venceram também o Benfica, o que, para já, concede à equipa treinada por Ricardo Costa uma almofada na luta pelo título.

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No entanto, em Santo Tirso, a prova era outra e os segundos classificados da temporada passada tentavam garantir o acesso à final ao derrotarem o campeão nacional. “As vitórias trazem confiança como é óbvio, mas estamos num fim de semana que não tem nada a ver com o campeonato”, perspetivou o capitão do Sporting, Salvador Salvador. “Estamos numa competição que é bastante complicada de se jogar. Nós, para já, metemos de parte o jogo do campeonato, óbvio que aprendemos com o jogo no Dragão e tentámos evoluir”.

Naturalmente, para o FC Porto, o jogo do campeonato também não era tema na hora de disputar o acesso ao jogo decisivo. “O jogo para o campeonato não correu como queríamos e sofremos a primeira derrota, mas cada jogo tem a sua história”, disse o jogador do FC Porto, Daymaro Salina, estabelecendo um objetivo para a Supertaça. “É um troféu que queremos alcançar, já aprendemos com os erros que cometemos no jogo do campeonato e penso que estamos preparados”.

Quando se começou a jogar o clássico, as duas equipas já sabiam que quem vencesse ia encontrar o Benfica na final deste domingo. Algumas horas antes, os encarnados bateram o Marítimo por 37-31 e asseguraram a presença no jogo decisivo. O FC Porto entrou melhor, mas estava sobretudo dependente dos remates de longa distância de Pedro Valdés. O Sporting, por sua vez, apresentava soluções distintas, nomeadamente começando o encontro com uma defesa individual aos jogadores da primeira linha dos dragões. Além disso, o jogo à ponta providenciava situações vantajosas para Thorkelsson.

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Duas exclusões consecutivas para Leonel Fernandes e Nikolaj Laeso e uma eficácia elevada em lances de contra-ataque permitiram ao Sporting passar para a frente no resultado. Claramente mais galvanizado, o emblema de Alvalade foi para o intervalo com três golos de vantagem (19-16). No final da primeira parte, Francisco Costa levava já dez golos (dos 12 com que terminou o jogo), o que levou o FC Porto a ajustar a defesa em função da produtividade do lateral.

O Sporting chegou a aumentar a vantagem para quatro golos, mas o FC Porto reagiu, obrigando Ricardo Costa a pedir um desconto de tempo no início na segunda parte, algo que só tinha acontecido nos minutos finais da primeira. Uma exclusão de António Areia travou ímpeto da recuperação dos dragões. Graças ao guarda-redes Mitrevski, os dragões não ficaram condenados por aí. No ataque, Jakob Mikkelsen deixou o jogo a um golo e Rui Silva fez o empate a 33 a dois minutos do fim. Depois, entrou em campo a emoção. A menos de 20 segundos do fim, Martim Costa teve nas mãos o remate que podia dar a vitória e fez mesmo o 35-34 em cima da buzina.

O Sporting mantém a invencibilidade nas competições nacionais (perdeu apenas na Supertaça Ibérica e na Liga Europeia) com 15 triunfos noutros tantos jogos. Este domingo, os leões defrontam o Benfica e reeditam a final da temporada passada que sorriu aos encarnados.