Para além de um Clássico, era um Clássico que valia a liderança. No Dragão Arena, FC Porto e Sporting defrontavam-se na 11.ª jornada do Campeonato de andebol separados por apenas um ponto no topo da classificação, já que os leões levavam 10 vitórias em 10 jogos e os dragões só tinham perdido pontos no empate com o Águas Santas. O resultado do encontro deste sábado, portanto, poderia significar o cimentar de uma liderança ou uma alteração dessa mesma liderança.

Na antevisão, Fábio Magalhães garantiu que o grupo do FC Porto estava “motivadíssimo”. “Estes são os jogos de gostamos de jogar e aqueles que queremos mesmo ganhar, por isso, vejo o grupo muito motivado para defrontar o Sporting. Esperamos um Sporting muito agressivo, muito aguerrido. Sabemos que eles querem ganhar um jogo muito importante na luta pelo título. Temos as nossas armas e vamos chegar lá bem preparados. Eles têm muita juventude e jogadores com algum andamento, mas acho que nos Clássicos a experiência vem ao de cima e disso nós temos muito. Vamos tentar jogar com isso”, atirou o lateral dos tetracampeões nacionais.

Já Ricardo Costa sublinhou que o Sporting preparou o jogo “da mesma forma que todos os outros”. “Com a seriedade de procurar saber quais os pontos fortes do nosso adversário e fazer aquilo que tão bem sabemos fazer. Chegamos a este momento da forma que queríamos, sem pontos perdidos no Campeonato, e vamos para este jogo com a tranquilidade e com a capacidade de o conseguir ganhar, sabendo que no Dragão é sempre difícil. Mas as nossas aspirações são de conquistar os três pontos”, explicou o treinador dos leões.

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A primeira surpresa surgiu ainda antes do apito inicial, com o FC Porto a apresentar-se no Clássico sem Diogo Branquinho, para além do lesionado de longa duração Victor Iturriza. O Sporting entrou melhor, com os irmãos Costa a abrirem o marcador com um golo de cada um, mas os dragões chegaram ao empate na sequência da exclusão de Martim Costa e de um livre de sete metros de António Areia (6-6).

Os leões recuperaram rapidamente a vantagem de dois golos e foram aproveitando as dificuldades defensivas do FC Porto e a boa exibição do guarda-redes André Kristensen para manter o controlo das ocorrências. A equipa de Ricardo Costa chegou à vantagem máxima de quatro golos após um time out pedido por Carlos Resende, Leo Maciel defendeu um livre de sete metros e o Sporting chegou mesmo a ter cinco golos de vantagem à beira do intervalo, com os dragões a reduzirem mesmo em cima do fim da primeira parte (12-16).

Os leões mantiveram a vantagem no início da segunda parte, apesar de terem jogado algum tempo em inferioridade numérica devido às exclusões quase consecutivas de Orkelsson e Salvador Salvador. O FC Porto aproveitou para encurtar a desvantagem para dois golos (16-18), mas depressa viu a recuperação travada pela exclusão de Daymaro Salina e um livre de sete metros desperdiçado por Antonio Martínez.

O jogo foi decorrendo em formato parada-resposta, com o Sporting a desconcentrar-se ofensivamente e os dragões a aproveitarem para colocar o resultado em causa, chegando a um golo de desvantagem a cerca de 10 minutos do fim numa altura em que o treinador Ricardo Costa estava excluído e através de um livre de sete metros de Nikolaj Læsø (23-24). O FC Porto acabou mesmo por chegar ao empate já na ponta final (25-25), após várias tentativas travadas e falhas técnicas dos leões, mas um golo de Martim Costa e uma defesa de Kristensen nos derradeiros segundos carimbaram a vitória leonina.

O Sporting venceu o FC Porto no Dragão Arena (25-26), chegando aos 11 triunfos em 11 jornadas e cimentando a liderança isolada do Campeonato de andebol à frente dos tetracampeões nacionais.