Gennaro Gattuso não passou à história como um jogador simpático, afável ou tranquilo. Sempre foi intenso, agressivo e combativo — qualidades que, dentro de campo, lhe permitiram tornar-se um dos melhores médios do mundo. Como treinador, o facto de continuar a ser intenso, agressivo ou combativo não lhe tem trazido as mesmas alegrias. Bem pelo contrário.

O antigo internacional italiano começou a treinar no Palermo, passou pelo Creta e o Pisa antes de assumir a cadeira de sonho no AC Milan e foi ao fim de dois anos pouco felizes em Milão que saltou para o Nápoles para substituir Carlo Ancelotti. Não chegou a estar dois anos no clube, tendo ainda conquistado uma Taça de Itália — e parece que não deixou muitas saudades.

Uma das estrelas do Nápoles nesse período, entre 2019 e 2021, era Hirving Lozano. O jogador mexicano está agora no PSV, tendo saído de Itália no passado verão e após conquistar a Serie A, e aproveitou uma entrevista para recordar o que sofreu durante a passagem de Gattuso pelo comando técnico dos napolitanos. “Ele não me conhecia e não sabia onde é que eu jogava, mas nunca me perguntou nada. Quando és jogador, há momentos em que dizes ‘ok, as coisas não estão a correr bem’. Quando ele chegou começou a mudar jogadores no onze, mas nunca o fez comigo”, contou Lozano no programa “Hugo Sánchez Presenta” da televisão mexicana.

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“Foi um ano terrível, chorava de desespero com a minha mulher. Dás-te conta de que és melhor do que muitos que lá estão e questionas-te ‘por que é que não me dão uma oportunidade?’. Custou-me muito trabalhar nos diálogos, mas depois começou a falar mais comigo. Não me conhecia, no primeiro ano não trocámos uma única palavra. Depois começou a falar mais e no segundo ano a equipa técnica já conversava mais comigo”, acrescentou.

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Gattuso saiu do Nápoles em maio de 2021 e em junho do ano seguinte assumiu o comando técnico do Valencia, onde não durou mais de sete meses. No passado mês de setembro, foi o eleito do Marselha de Vitinha para substituir Marcelino, estando agora no 6.º lugar da Ligue 1 a dois pontos da zona de apuramento para as competições europeias.